Bolhas sociais são segregações feitas pelo algoritmo dos sites de acordo com o perfil do usuário e determinam o fluxo de informações de acordo com o histórico de pesquisa. Embora a internet tenha revolucionado a era digital, em uma sociedade bipolar, na qual as divergências de ideologia, estilo de vida e opiniões são eminentes, as bolha sociais se tornam um cativeiro de característica do indivíduo. Sobre esse tema, dois aspectos fazem-se relevantes: a diferença histórica para com o assunto e suas consequências. O INDEX foi uma norma da igreja católica, na contrarreforma, que proibia a circulação de alguns livros na sociedade medieval e moldava o pensamento da época. Apesar do caso específico, a igreja católica, em sua história, teve uma grande influência na sociedade que respaldam até nos dias atuais. Análogo ao cenário atual, os algoritmos da internet manipulam as informações que o indivíduo vê e cria uma bolha que discrimina todos os pensamentos divergentes. Desse modo, a instituição igreja católica –ao longo da história- e as políticas de informações na internet atuam como influência para o pensamento político, econômico e social em uma democracia. Não obstante as políticas de privacidades terem o consentimento do indivíduo, o problema da filtração de informações não é somente jurídico, mas também social. Em uma sociedade contemporânea em que a bipolaridade política ganha ainda mais força nas redes sociais, em um cenário de bolhas sociais, as divergências políticas discorrem com discurso de ódio e o afastamento cada vez maior dos pensamentos diferentes do perfil da pessoa. Nesse contexto, na internet, passar a ideia de verdade e principalmente de refutação de outro pensamento são sinônimos de sucesso e de uma reputação boa perante a bolha na qual o indivíduo pertence. Sendo assim, fica esclarecido que as bolhas sociais têm uma reação negativa à sociedade, devido a delimitação da bipolaridade e o aumento dos conflitos das ideias. Urge, dessa maneira, uma necessidade de mudança para atual conjuntura de política de privacidade do usuário na internet. Sendo assim, é necessário que o Governo Federal exija dos sites para deixar explícito o uso de dados de pessoas para delimitar um perfil e consequentemente usar para benefício privado. Paralelamente, cabe ao Ministério de Comunicações promover publicidades na internet (com personalidades famosas) para orientar sobre brigas virtuais, suas consequências jurídicas (Marco civil da internet) e sociais, tendo em vista que a convivência com ideologias diferentes é a base de uma democracia.