Aristóteles, filósofo grego, em uma de suas teses, naturaliza o instinto de socialização do homem ao caracterizá-lo como "um animal social". Nessa perspectiva, torna-se evidente a necessidade humana de interagir e formar grupos socialmente que, com o advento da internet e das redes sociais, tem sido intensificada, gerando o que se conceitua atualmente como bolhas sociais. Sendo assim, nota-se que, dada a pertinência do tema, cabe analisar fatores causadores, bem como os efeitos da problemática em questão. É necessário destacar, sob um primeiro plano, que a existência da internet e de mecanismos existentes em redes sociais condiciona a existência de bolhas sociais, bem como a intensificação destas. Zygmunt Bauman, sociólogo polonês, conceitua, em seu livro Modernidade Líquida, a fluidez das relações no mundo contemporâneo em detrimento do diálogo e do contato interpessoal efetivo. Nesse sentido, percebe-se que, de fato, com a divulgação de informações de forma seletiva feita pelas redes sociais, há, cada vez mais, uma menor profundidade de conteúdo e interação entre indivíduos em sociedade. Ademais, torna-se pertinente pontuar a principal consequência da rarefação do diálogo promovida pela intensificação das bolhas sociais : a polarização ideológica. O filósofo alemão Hegel determina, em uma de suas obras, os passos do método dialético- tese, antítese e síntese- para a formação de novas ideias. Assim, observa-se que, com a polarização e o não diálogo promovidos pela internet, a fase da síntese, em que ideias antagônicas são confrontadas, é tolhida, o que acarreta a manutenção de pensamento arcaicos, sem que possa haver uma melhora e o debate acerca de questões que poderiam trazer maio bem-estar social. Nota-se, dados os efeitos negativos gerados pela conjuntura supracitada, a necessidade de os agentes responsáveis atuar minimizando tais mazelas.`Para isso, cabe ao Ministério da Cultura, sendo o principal órgão responsável pela veiculação de campanhas através da mídia, realizar essa função, buscando atingir o público-alvo, pais e responsáveis, para que se busque, por meio de tais campanhas, alertar a importância de um uso coerente das mídias sociais, visto que não promovem esse diálogo efetivo, sendo , em conformância com isso, de fundamental necessidade que a família, sendo o principal agente formador, naturalizar o contato com ideias opostas, ressaltando a necessidade de se discutir e debater. Dessa forma, diminuir-se-á os efeitos negativos propostos pela existência de bolhas sociais na atualidade.