Relativo ao fenômeno de bolhas sociais é possível destacar que ele se manifesta na sociedade tanto por vias digitais quanto físicas. No Brasil, esse fato estabelece o isolamento social de grupos e o pensamento unilateral fortalecendo, por consequência, a intolerância. Nesse sentido, se faz necessário discutir suas causas e efeitos. Convém ressaltar que, a princípio, ter afinidades e se aproximar de grupos com interesse em comum é natural. No entanto, quando o grupo não é diversificado no campo da opinião, cria-se uma sensação de verdade absoluta e uma visão distorcida do mundo. Desse modo, por estar numa bolha, torna-se mais difícil lidar com o contraditório devido à impermeabilidade social desse meio. Analogamente, na internet, esse fenômeno é explicitado por meio do algoritmo de sites que, inicialmente, filtram suas pesquisas recorrentes e, consequentemente, torna exposto em redes sociais conteúdos semelhantes. Portanto, o mundo digital cria um perfil do indivíduo, trazendo apenas informações favoráveis a seu ponto de vista. No entanto, atualmente, essa dinâmica revela-se prejudicial em determinadas situações, tais como intolerância e polarização política. Assim, o debate de questões trazendo pontos de vistas diferentes é essencial para romper essa bolha. Sob esse viés, cabe ao Estado, com a finalidade de fragmentar essa barreira, fortalecer discussões em todos os âmbitos e ponderar as opiniões diversas. Além disso, o Senado deverá promover fóruns e leis sobre o uso do algoritmo que cria as bolhas virtuais. Dessa forma, a zona de conforto no ambiente digital e social será extinta e outras possibilidades virão à tona.