Ao longo da história da sociabilidade humana, o homem sempre buscou se identificar por meio de grupos que lhe representasse. Na contemporaneidade, um dos desafios vivenciados nas sociedades pós-moderna são as Bolhas sociais ou Bolhas de informações. Esses termos são efeitos de isolamentos, ligados principalmente ao ambiente digital, em que de acordo com nossas buscas ou interesses, através de recursos tecnológicos chamados “algoritmos seletivos” são gerados resultados de pesquisas pré-determinadas pelo sistema. Dessa forma, o usuário tem a falsa sensação de verdade absoluta, causando uma visão distorcida a cerca da realidade, visto que essa ferramenta impede que o indivíduo veja como o mundo é complexo, com diferenças, culturas e pensamentos. Em primeira análise, cabe pontuar que no Brasil quase 70% das residências têm acesso à Internet, segundo o levantamento em 2016, feito pela PNAD (Pesquisa Nacional de Amostra em Domicílios). Essa realidade, demostra o grande número de pessoas que dispõem desse mecanismo de comunicação e informação. No entanto, muitos sem perceberem utilizam filtros bolhas, que limitam as informações, fazendo com que o indivíduo veja apenas aquilo que já é predefinido, como conteúdos que se encachem apenas com a visão de mundo que lhe convém. Com isso, a pessoa perde oportunidade de conhecer novas opiniões que possam acrescentar seu conhecimento. É importante ressaltar, nesse ponto, que os algoritmos que geram as bolhas sociais, foram desenvolvidos não só para proporcionar uma maior disposição e acessibilidade de informações, mas sim, com o intuito também de beneficiar empresas que visam gerar lucratividade econômica no mundo digital. Com isso, tais instrumentos usados em detrimento de uma convenção capitalista, traz o questionamento a cerca do direito de liberdade, na qual todos deveriam ter acesso sem influências externas. Além disso, convém frisar que, os filtros levam o aumento de informações falsas (Fake News), haja vista que se vê apenas um lado da notícia, levando o indivíduo acreditar e disseminar esse conteúdo. Nesse sentindo, medidas voltadas para uma educação cidadã são necessárias, uma vez que só a partir de um processo coletivo é possível resolver esse impasse. Desse modo, é imprescindível que o Ministério da Educação aliada ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações se mobilizem visando criar projetos educacionais de conscientização a cerca dos perigos digitais como as bolhas, além de buscar estabelecer a importância de um olhar crítico a cerca da realidade em que se está inserido. Dessa maneira, as escolas, assim como a mídia, podem ser os veículos de aprendizagem, para que as pessoas venham ter discernimento do que é verdadeiro ou falso, reproduzindo comportamentos e prevenções na busca de informações.