A expansão marítima europeia dos séculos XV e XVI possibilitou uma troca de informações e experiências sem precedentes na história da humanidade. Entretanto, abriu portas para a apropriação de conhecimentos e espécies nativos dos territórios "descobertos", prática definida como biopirataria. No continente americano, o Brasil é largamente atingindo por esse vezo, já que é o mais biodiverso. Sob essa ótica, o equilíbrio dos ecossistemas brasileiros, bem como o desenvolvimento científico do país ficam ameaçados. Para uma espécie não se extinguir é necessário que exista um número mínimo de indivíduos, caso contrário, eles têm dificuldade de se encontrar, por exemplo, e consequentemente de se reproduzir, o que leva a espécie ao desaparecimento. Isso se chama Efeito Allee. Por conseguinte, levando em consideração que um ecossistema é interdependente, é gerado um efeito dominó no qual se extermina uma espécie após a outra, podendo culminar, inclusive, no aniquilamento de todo o sistema ecológico em questão. Portanto, a biopirataria representa um risco extremamente alto para os ecossistemas brasileiros. Nesse sentido, é notório que cada forma de vida possui particularidades que se desenvolveram ao longo de milhões de anos de evolução. Assim, sendo a extinção de uma espécie algo irreversível, tais peculiaridades se perdem permanentemente e deixam lacunas no corpo de conhecimento científico, que poderiam ser preenchidas por meio de pesquisas que visassem a descoberta de medicamentos no campo da medicina, e hábitos de animais sociais na sociologia, a título de exemplo. Dessa maneira, biopiratear significa não apenas subdesenvolver a ciência brasileira, como também ser leviano em relação às prioridades do ser humano como espécie. Em vista disso, torna-se evidente a necessidade de proteger a fauna e a flora brasileiras, por intermédio de leis rigorosas, desenvolvidas pelo Poder Legislativo e fiscalizadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), que tenham em vista a exploração unicamente sustentável, de forma a não desequilibrar os ecossistemas, feita por pessoas capacitadas como engenheiros florestais e ambientais. Ademais, a mídia deve promover campanhas que frisem a importância do desenvolvimento científico para a humanidade, e em especial num país que, ainda, é tão biodiverso - como o Brasil.