Desde a colonização, cultua-se a ideia de que os recursos brasileiros são infinitos. Neste contexto, um grave problema advindo dessa máxima persiste no Brasil: a biopirataria. Assim, é imperativo analisar os efeitos socioambientais e científicos dessa conjuntura. É fundamental destacar, a princípio, que a negligência ambiental herdada do período colonial afeta toda a Nação. Sob esse aspecto, a biopirataria representa um grande problema socioambiental, uma vez que compromete um grande ecossistema com a retirada de inúmeras espécies do território brasileiro. Por conseguinte, além da perda da biodiversidade, essa atividade clandestina gera impactos sobre as populações indígenas, haja vista que estas dependem da harmonia do ambiente para sobreviver. Dessa forma, fica claro que a herança portuguesa traz sérios problemas ambientais e promove a persistência dos abusos com os índios. Além desse descuido socioambiental, é importante pontuar o potencial científico desperdiçado pelo Estado Brasileiro. Nesse âmbito, ainda durante a colonização, os portugueses menosprezaram o conhecimento dos nativos e suprimiram suas crenças e costumes. O Brasil contemporâneo comete esse mesmo erro, já que deixa de aproveitar o conhecimento indígena que está sendo roubado por nações oportunistas. Do mesmo modo, há uma enorme biodiversidade de plantas medicinais que poderiam ser melhores aproveitadas com um maior incentivo a pesquisas. Logo, fica evidente que a biopirataria reflete o mau aproveitamento brasileiro de seus próprios recursos. Torna-se indubitável, portanto, que esses atos clandestinos geram sérios impactos em múltiplas esferas da sociedade. Assim sendo, o Ministério da Defesa deve implantar sistemas como o Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam) em todo território, bem como patrulhamento policial em todas as reservas ambientais brasileiras, para extinguir a biopirataria. Além disso, cabe aos Ministérios do Meio Ambiente e da Educação investir na preservação e exploração consciente, financiando expedições e o desenvolvimento de pesquisas que aproveitem os recursos do país. Dessa maneira, as universidades podem levar os estudantes para explorar plantas nativas e conhecer e analisar práticas indígenas. Somente assim, o Brasil deixará de cometer o mesmo erros dos colonizadores e valorizará suas terras e o conhecimento dos primeiros habitantes da Nação.