A biopirataria consiste em contrabandear espécies ou conhecimentos científicos para fins lucrativos. Entretanto, essa prática gera consequências ambientais, para a saúde e econômicas, por isso, devem ser combatidas pela União. A priori, os efeitos da biopirataria recaem sobre o ecossistema. Isso porque ao se introduzir ou retirar uma espécie, as interações ecológicas alteram-se, podendo levar a grande perda de biodiversidade e riscos à saúde. Esses efeitos mostram-se no Brasil desde a chegada de portugueses, em que a exploração intensiva da árvore Pau-Brasil reduziu-a a níveis extremos e, dessa forma, titulou o bioma da Floresta Atlântica o mais devastado do país. Contudo, não é preciso recorrer à história, pois a introdução do molusco “caramujo africano” no Brasil é o maior exemplo atual de como uma espécie exótica pode transformar-se em um grande problema para a saúde pública. Além dos prejuízos ambientais e de saúde, as consequências da biopirataria atingem a economia. Assim, quando há tráfico de material genético e de informação científica, as descobertas não levarão mérito ao país provedor, pelo contrário, a população desse pagará mais caro pelos medicamentos ou tecnologias criadas, visto que sobre esses existirá a patente. Logo, haverá subdesenvolvimento científico, podendo agravar, no caso do Brasil, a desigualdade no acesso a tratamentos e diminuição do poder aquisitivo. Prova disso é a árvore seringueira que foi contrabandeada e, com isso, o Brasil perdeu poderio econômico da produção do látex. Fica claro, portanto, que a biopirataria gera inúmeros malefícios. Desse modo, é urgente que o Poder Legislativo valide leis que criminalizam de forma mais severa roubos científicos, a fim de tornar o Ministério da Justiça mais hábil para defrontar esse contrabando e, assim, evitar problemas ambientais, econômicos e de saúde. Com essas medidas, a biopitaria será combatida no Brasil.