O desenho animado "Rio", o qual conta a história de uma arara azul que foi tirada de seu habitat natural, de forma ilegal, parece fazer alusão ao atual cenário da biopirataria no Brasil. Por isso, é importante que medidas sejam tomadas para resolver esse impasse, haja vista os prejuízos ambientais e econômicos causados por ela. Em uma primeira abordagem, é preciso salientar que a negligência do Estado é uma das principais causas do problema. Segundo o filósofo Aristóteles, a política deve ser aplicada de modo a propiciar o equilíbrio na sociedade. No entanto, o que ocorre no Brasil é uma transgressão a essa proposição, uma vez que a falta de uma legislação específica para a biopirataria causa um desequilíbrio na fauna e flora brasileira. Com isso, a punição ineficaz abre espaço para a ação do tráfico, o qual gera um grande prejuízo financeiro para o país. Aliás, os dados do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia, que mostram que o Brasil perde cerca de 5 milhões de dólares para a biopirataria, certamente evidenciam a questão. Logo, a ação das autoridades governamentais é fundamental para frear seu avanço. Outrossim, destaca-se a baixa preocupação social como um fator impulsionador da problemática. De acordo com o sociólogo Nobert Elias, as sociedades podem ser compreendidas a partir do exame de seus costumes. Tendo isso em vista, observa-se que a sociedade brasileira se mostra como uma de baixa preocupação social, visto que é de costume que se tenha uma precária comoção nacional acerca da biopirataria. Destarte, o que ocorre é a perda em massa da biodiversidade brasileira, causada pela extinção de espécies e alteração da cadeia alimentar, que, em longo prazo, podem gerar um desequilíbrio ecológico. Ou seja, o investimento em educação e em propagandas para divulgar a temática é uma necessidade e não um fato opcional. Fica claro, portanto, que o Brasil sofre com o intenso problema do tráfico de recursos naturais e é de grande importância a sua resolução. Nesse sentido, o Ministério da Educação, por meio de aulas e palestras em escolas e universidades, tem o papel de levar o debate acerca da temática da biopirataria para os jovens brasileiros, com o fito de promover uma cultura de valorização da natureza brasileira e, assim, formar cidadãos conscientes e protetores da biodiversidade. Ademais, o Poder Legislativo deve elaborar propostas para a criação de uma legislação específica para o combate ao tráfico de elementos da natureza, como forma de punir, de forma adequada, os criminosos e, dessa forma, impedir que o Brasil sofra prejuízos econômicos e ambientais. Desse jeito, o país poderá proteger sua fauna e flora da extinção e criar uma geração de cidadãos que as valorizem, reduzindo também, casos semelhantes ao desenho "Rio".