Privilegiado por seus territórios extremamente biodiversos, o Brasil, desde a sua descoberta, em 1500, sofre consequências socioeconômicas e ecossistêmicas alarmantes oriundas da biopirataria. Nesse contexto exploratório, não há dúvidas de que a proteção dos recursos naturais brasileiros, bem como dos conhecimentos tradicionais, são desafios da nação, os quais ocorrem, principalmente, pela negligência governamental. Em primeira análise, é notório que a legislação ineficiente, associada à pouca fiscalização dos biomas, são lacunas que vislumbram o interesse de pesquisadores internacionais, majoritariamente das indústrias farmacológicas. Esses, ao extraírem as espécies que compõem a fauna e a flora, fomentam um perigoso desequilíbrio ecológico, podendo, ainda, suscitar a extinção desses seres vivos. Tal cenário é representado no filme “Rio”, em que as únicas araras-azuis existentes são ameaçadas. Em segunda análise, convém destacar que a exploração dos recursos naturais brasileiros traz inúmeros malefícios à economia. Segundo o IBAMA, a prática da biopirataria trouxe um prejuízo diário de U$16 milhões no ano de 2006. Paralelamente, houve na região amazônica o infortúnio vivenciado pelos seringueiros, que obtiveram suas práticas de subsistência afetadas quando colônias britânicas monopolizaram o mercado mundial. Desse modo, observa-se a ausência de valores bioéticos pelas grandes empresas e indústrias mundiais, que, ao visarem o lucro, não consideram questões imprescindíveis como a sustentabilidade. É incontrovertível, portanto, que, para a reversão desse quadro, algumas medidas devem ser promovidas pelo Governo Federal. Cabe ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação incentivar a pesquisa dos recursos naturais nas universidades do país. Ademais, deve-se criar uma legislação mais eficaz e severa, que puna os infratores da lei. Outrossim, é indubitável que a Polícia Ambiental fiscalize os biomas nacionais, sobretudo a Floresta Amazônica. Assim, com a efetivação dessas medidas, o imbróglio da biopirataria será resolvido.