De acordo com Milton Santos, importante geógrafo brasileiro, o Brasil encontra-se em um contexto técnico-científico-informacional, isto é, o país possui dependência com as próprias riquezas naturais para promover o progresso da nação, como na agricultura. Apesar disso, há uma falta de controla e combate a biopirataria. Assim, no limiar do século XXI, surgem as consequências da carência de proteção à biodiversidade brasileira. Em primeiro plano, é necessário observar o impacto causado pelo roubo, extravio de insumos naturais em regiões com maior biodiversidade como o Cerrado e a Floresta Amazônica. Nesse sentido, essas regiões possuem além da riqueza cultural, um enorme potencial de reagentes que podem se tornar produtos farmacêuticos, alimentos e artesanatos. Entretanto, os biopiratas, brasileiros e estrangeiros usufruem da fiscalização frágil para uso pessoal ou tráfico ilegal. A partir de um viés histórico, o Brasil sofre com o extrativismo desde o primeiro contato com os Portugueses no século XVI. Dessa maneira, o Brasil é explorado há mais de 500 anos sem que haja de fato benefícios para a população local. Analogamente ao movimento econômico Fisiocrata que acreditava que a riqueza de uma nação provém da terra, emerge a necessidade de um agir soberano sobre o território nacional para criar oportunidades para o brasileiro. Depreende-se, portanto, que é necessário promover mudanças imediatas contra a biopirataria. A fim de aplicar a fisiocracia para dar riqueza da terra aos povos e remediar a situação atual da extração desordenada, o Governo Federal deve criar o Centro de Controle da Biodiversidade (CCBio), criando empregos em áreas exploradas com o estabelecimento de laboratórios biosustentáveis para desenvolvimento de patentes, remédios, alimentos e integrando o conhecimento empírico de comunidades locais com a tecnicidade.