Desde a chegada de Pedro Álvares Cabral ao Brasil, em 1500, inúmeros países visam os recursos naturais do território brasileiro, fato que fomentou grande esforço português para expulsar alguns invasores, como os holandeses e franceses, e manter a hegemonia sobre a colônia. De fato, mesmo após o fim do pacto colonial e todo processo emancipacionista, o governo brasileiro enfrenta grandes dificuldades em controlar e combater a biopirataria de espécies locais, o que gera um preocupante déficit na economia e uma perda da biodiversidade natural. Nesse panorama, torna-se imprescindível analisar os aspectos culturais, bem como a política acerca da proteção dos biomas da região. Cabe pontuar, em primeiro plano, que as três forças armadas assumem papel fundamental no combate à pirataria de cunho ambiental, vide o exercício de programas que visam proteger riquezas nacionais ,como a Amazônia verde e a azul, no plano terrestre e marítimo e o patrulhamento aéreo exercido nas fronteiras. Nesse contexto, vê-se que é necessário apoio governamental no que diz respeito à investimento tecnológico, a fim de otimizar a atuação dos militares no rastreamento e captura dos contrabandistas. Porém, como em outros setores da sociedade, nota-se que a infraestrutura das Organizações Militares, bem como a capacitação logística de profissionais têm sido negligenciadas, indo assim, em oposição aos postulados de Durkheim, que dizia que todos os setores da sociedade deveriam viver em harmonia, de forma simbiótica, para que fosse possível atingir o bem-estar geral. Concomitantemente, a cultura brasileira é, muitas vezes, desvalorizada pelo próprio povo, que desconhece o valor da biodiversidade local. Posto isso, a apropriação do conteúdo genético do país torna-se uma tarefa mais fácil para tais criminosos. Dessa forma, é possível perceber que, pela ignorância da maior parte da população - que não têm acesso à uma educação de qualidade - acerca da geografia nacional, os moradores locais trocam produtos e informações em troca de algo do seu interesse, de forma análoga ao escambo praticado pelos portugueses no Brasil, no século XVI. Nessa perspectiva, é fundamental que o Ministério da Defesa amplie e coordene a distribuição de recursos para as Forças Armadas, para que polos tecnológicos militares tenham mais autonomia para elaborar métodos e tecnologias para combater a biopirataria. Outrossim, é essencial que o Ministério da Educação, em parceria com as secretarias do setor, promova programas educacionais, em escolas públicas e privadas, que abordem a importância e riqueza da fauna e flora brasileira, fomentando um sentimento nacionalista nas próximas gerações do país.