A biopirataria é a terceira atividade clandestina mais lucrativa do Brasil, a qual impede a conservação de recursos biológicos e da cultura. Dessa maneira, deve-se discutir como essa prática é prejudicial à economia e a biodiversidade, bem como propor medidas que superem essa exploração comercial. Em primeiro plano, é indubitável que o país possui uma riqueza inigualável em fauna, flora e cultura popular, porquanto desperta o interesse das indústrias de diversos países. Nessa perspectiva, a biopirataria não é um negócio recente, pois desde o descobrimento, em 1500, houve uma intensa exploração ilegal do pau-brasil, por consequência foi responsável por uma grande perda de biodiversidade e devastação da Mata Atlântica. Paralelamente, outro exemplo foi o contrabando inglês de sementes de seringueira para a Malásia, em 1876, que algumas décadas após se tornou o principal exportador mundial de látex, prejudicando seriamente a economia brasileira. Decerto, é inadmissível que, mesmo depois de tantos anos, esse comércio seja tratado de maneira imparcial. Destarte, é comum considerarem apenas patentes por espécies de animais e plantas. No entanto, apropriam-se também da identidade de comunidades tradicionais, como o conhecimento dos indígenas sobre o veneno do sapo verde, que gerou dez patentes para indústrias farmacêuticas e nenhum retorno financeiro aos índios da Amazônia. Dessa forma, é necessário que o poder legislativo crie uma lei específica que proteja a fauna, a flora, o potencial genético e o conhecimento tradicional, a qual defina regras para o uso dos recursos naturais e exploração sustentável. Ademais, juntamente aos legisladores, o Estado deve criar unidades de conservação permanentes com fiscalização suficiente em todos os biomas brasileiros, a fim de combater a biopirataria e assegurar as espécies símbolo do país.