Conceito criado e difundido na Eco92- conferência sobre o meio ambiente ocorrida em 1992 na cidade do Rio de Janeiro- a biopirataria se pauta na exploração ilegal de espécies ou manifestações culturais nativas para sua posterior comercialização. Na esfera nacional, tal questão apresenta graves desdobramentos, visto que estimula a apropriação cultural, além de colocar em risco a biodiversidade brasileira. Como retratado no documentário “O povo brasileiro”, de Darcy Ribeiro, as comunidades indígenas são massacradas social e culturalmente desde a chegadas dos colonizadores no Brasil. No âmbito atual, a biopirataria é responsável por se apropriar de técnicas medicinais características de tais povos, sem sua permissão, com um único objetivo: lucrar. Desse modo, fica claro que tal ação limita a expressão da cultura tupiniquim, haja vista o não reconhecimento legal de suas técnicas por partes dos infratores. Ademais, a retirada de espécies nativas de uma região gera desequilíbrios ecológicos irreversíveis, o que consiste em um agravante da biopirataria. Os traficantes de animais retiram-nos em grandes quantidades de seus habitats naturais, provocando uma redução, não apenas, da espécie retirada, mas de toda a cadeia alimentar com ela envolvida. Logo, fica visível outro desdobramento da pauta em questão: a extinção de espécies nativas. Tendo em vista os amplos obstáculos em questão, faz-se necessária a criação pelo Governo Federal em parceria com o Ministério do Meio Ambiente (MMA) de uma medida que regularize qualquer tipo de interação decorrente da biopirataria, como com a criação de zonas de preservação, o que mantém uma grande região natural protegida e controlada, inibindo a ação de cidadãos inoportunos, o que reduzirá, em longo prazo, as infrações relacionadas à biopirataria no Brasil.