O literário Gonçalves Dias, em sua obra “Canção do Exílio”, exalta a pátria revelando a grandeza da natureza brasileira. Contudo, esse valor raro está sendo gravemente ameaçado pela biopirataria, seja no contexto ambiental ou no socioeconômico. Em primeiro plano, segundo o conceito biológico de “Sucessão Ecológica”, ações antrópicas intensas sobre ecossistemas clímax, como florestas, põem em risco a sobrevivência de seres vivos raros e sensíveis. Dessa forma, as espécies endêmicas, que são fortemente explorados com a biopirataria, possuem sérios riscos de extinção com essa prática, que é muito recorrente nas matas brasileiras. Além disso, durante o período Pré-colonial, com o escambo, os índios brasileiros eram prejudicados na exploração do Pau-Brasil. Na atualidade, essa mazela se repete no fato das descobertas de substâncias úteis serem monetizadas aos exploradores e não às comunidades nativas. Por exemplo, nas comunidades isoladas na Amazônia, em que ao compartilharem informações acerca de componentes medicinais da natureza, muitas vezes, o lucro desse conhecimento é concedido somente ao pesquisador. Com isso, confirmando a ideia de que a biopirataria afeta não só o ecossistema, mas também, as comunidades nativas. Posto isso, é relevante que o Ministério do Meio Ambiente, com o fim de impedir a exploração de espécies endêmicas, crie postos de vigilância em locais preservados de florestas, como a Amazônia e a Mata Atlântica, de modo a afastar “biopiratas”. Outrossim, é importante que a Polícia Federal estabeleça profissionais especificadamente para ocupar esses postos, na qual, devem ser selecionados por meio de concursos públicos e testes de sobrevivência na selva. Assim sendo, em longo prazo, erradica-se a biopirataria no Brasil e, por conseguinte, prevalece os ideais de Gonçalves Dias acerca dos valores naturais brasileiros.