Título da redação:

Farmácia Viva

Tema de redação: As consequências da biopirataria no Brasil

Redação enviada em 02/09/2018

Os Wapichana, povo indígena do estado de Roraima, desenvolveram um veneno para pesca por meio das folhas da planta cunani. Tais conhecimentos sobre propriedades de ervas nativas chamam a atenção de biopiratas. No caso do cunani, cientistas estrangeiros, por meio da biopirataria, patentearam de forma ilegítima o arbusto do cunaniol, a fim de explorá-lo comercialmente fora do Brasil. Sendo assim, sabe-se que a ação da biopirataria é um revés na sociedade brasileira, visto que a apropriação da fauna e flora nacional propicia a perda da biodiversidade e de conhecimentos tradicionais, mas também a extinção das espécies nativas. Em primeiro lugar, devido ao clima equatorial, que propicia a reprodução de diversas espécies, mas também a vasta extensão territorial, o Brasil totaliza um quinto da biodiversidade mundial, estando concentrado 70% na Floresta Amazônica, tendo essa o apelido de "farmácia viva", haja vista a riqueza de suas plantas para fins medicinais. Sendo assim, infelizmente, a região amazônica é uma das mais afetadas pela prática da biopirataria que, além de exportar ilegalmente plantas nativas e madeiras, realiza o tráfico de animais silvestres. Esses animais são transportados de forma clandestina para fora do país, a fim de serem vendidos no "mercado negro". Entretando, muitos desses morrem no meio do caminho, contribuindo, assim, com a extinção dessas espécies a médio e longo prazo, alterando a biodiversidade do ecossistema. Contudo, nota-se que além da biodiversidade ser danificada, os efeitos do impasse da biopirataria também afetam as populações ribeirinhas e indígenas que vivem nas áreas mais visadas. Essas comunidades, por possuírem maior contato com as especiárias, também acabam sendo vítimas dos ataques dos biopiratas, haja vista que esses se apropriam dos conhecimentos dessas comunidades tradicionais, como citado inicialmente no exemplo dos Wapichana. Fica evidente, portanto, que o combate a biopirataria, a fim de proteger o patrimônio genético e a biodiversidade do país, deve tornar-se efetivo, posto que várias espécies da fauna e da flora, mas também conhecimentos de comunidades tradicionais estão sendo constantemente explorados, a fim de serem vendidos fora do país sem o pagamento da patente dos recursos. É imperativo ao Governo, sendo representado pelo Poder Legislativo, criar leis que fiscalizem os biomas brasileiros e punam as ações dos biopiratas. Por último, o Ministério da Educação (MEC), em parceria com Ongs, deve criar palestras, nas escolas, ministradas por biólogos e pedagogos, a fim de promover a conscientização da sociedade em relação as consequências à biodiversidade decorrentes da biopirataria, mas também alertar sobre a importância da proteção da fauna e flora nativa. Dessa forma, poderá dizer-se que, casos de biopirataria, como o da planta cunani, serão minimizados e a biodiversidade da "farmácia viva" e de todos os biomas do Brasil protegida.