No que se refere às consequências da biopirataria no Brasil, é possível destacar que o impasse tem sido agravado, tendo em vista não só o desequilíbrio ecológico, mas também os prejuízos socioculturais desencadeados. Relativo ao desequilíbrio ambiental, é evidente que muitas espécies, tanto da flora quanto da fauna, são alvo de contrabandistas, em razão do lucro proferido por meio do comércio ilegal com outros países. Nesse contexto, observa-se a perda gradativa da biodiversidade ocasionada pela extinção de diversos organismos, fato ilustrado no sucesso cinematográfico "Rio", que relata a destruição de ecossistemas imprescindíveis para o homem, a exemplo da Floresta Amazônica, em consequência da biopirataria e do desmatamento. Outrossim, além do prejuízo ambiental, nota-se que o âmbito sociocultural é igualmente prejudicado, uma vez que diversas culturas e práticas das populações tradicionais do país são apropriadas e, algumas vezes, modificadas, comprometendo assim a identidade e os costumes de um grupo. Essa questão está presente no Brasil desde o período colonial- quando muitos nativos sofreram com a exploração de sua terra, bem como a dominação de suas crenças e condutas- e torna-se mais intensa devido ao envolvimento de capital estrangeiro. Medidas devem ser tomadas, portanto, para solucionar a problemática. Cabe ao Poder Executivo, por intermédio do Ministério do Meio Ambiente, mapear áreas exploradas e aplicar leis de proteção que garantam seu desenvolvimento e bem-estar. Ademais, a Policia Ambiental deve atuar, de forma mais eficiente, na verificação e apreensão de crimes envolvendo o tráfico ilegal de espécies. Dessa forma, parafraseando Gandhi, a natureza irá suprir as necessidades humana, exceto a ganância.