A grandeza territorial brasileira é equivalente a sua vasta biodiversidade e miscigenação. Tal fato chama a atenção do mercado externo, que vê na biopirataria uma forma de lucrar, ilegalmente, sobre a riqueza alheia. Esse contrabando, que se faz presente desde o descobrimento do Brasil, têm consequências econômicas e biológicas a nação brasileira. No hino brasileiro tem-se a frase: “Dos filhos deste solo és mãe gentil”. Contudo, não só à nação brasileira servem os esforços do país cuja floresta detém a maior biodiversidade do planeta. A Floresta Amazônica é uma das principais vítimas da biopirataria. Esse acontecimento faz com que, além dos prejuízos à fauna e flora por conta do desequilíbrio ecológico, o Brasil sofra também na economia. Grandes empresas vêm no patenteamento de produtos brasileiros uma chance de obter lucro por meio de produtos de origem orgânica. Todavia, o comércio não é apenas de produtos, mas também da cultura. A utilização de fármacos caseiros, utilizados inicialmente pelos índios, é um exemplo de contrabando. Em certa medida, é possível, inclusive, usar o termo apropriação cultural, que é quando traços específicos de uma cultura são utilizados por outra diferente. O agravante, nesse caso, é que o comércio dessa sabedoria não prevê nenhum retorno financeiro aos verdadeiros donos, os índios. Devido à longa fronteira brasileira, vigiar a entrada e saída de pessoas do país se torna pouco eficiente no combate a biopirataria. No entanto, combinando o fomento à pesquisa dentro das universidades, por meio de verbas públicas, e o trabalho de ONG’s, é possível estudar os principais benefícios dos produtos brasileiros e também o interesse potencial do mercado global. Com isso, adotar uma medida de redução de danos, que seria patentear os principais produtos para que ao menos o Estado começasse a abater a dívida histórica que o Brasil tem por conta da exploração desmedida de seus recursos.