Existem grandes divergências à cerca da redução da maioridade penal, assunto recorrente no cenário atual do Brasil. A mídia, com seus recursos persuasivos, induz os telespectadores a acreditar que a redução é necessária e eficaz. Mas, é utópico afirmar que essa ação irá pôr um fim no problema sem trazer nenhuma consequência. A medida de reduzir a idade para ser punido por um crime, independente de sua natureza - hediondo ou não - é extremista e radical, visto que, existe no país um enorme desfalque na educação pública e um sistema carcerário inoperante, que não tem intenção de recuperar os detentos. Nota-se que com tais deficiências, a medida supracitada, não trará diminuição da violência e sim um índice maior de desistentes nas escolas e a superlotação das cadeias. Sem falar que, a sociedade contemporânea, injusta e excludente, não contribui para a inserção dos ex-presidiários no meio social e no mercado de trabalho, motivo pelo qual, a maioria dos detentos, após cumprirem a pena, acabam voltando para a prisão. A redução da maioridade penal joga no lixo um material que ainda pode ser utilizado se manejado da forma correta, com educação e cultura. Portanto, faz-se necessário regularizar as normas das penitenciárias, atribuindo a elas princípios socioculturais, possibilitando a reabilitação dos indivíduos. Adicionalmente, investir mais na educação pública integral, profissionalizante e cultural e propiciar aos estudantes condições reais, sejam econômicas ou psicológicas, de se manterem até o final de seus cursos.