Nos últimos tempos, devido a diversos delitos praticado por jovens, muito se tem discutido acerca da redução da maioridade penal para 16 anos no Brasil. Entretanto é preciso que se problematize e analise as consequências. Será mesmo a redução da maioridade penal a melhor solução? Primeiramente, é importante salientar o que tem levado os jovens a cometer delitos. Estes, comumente, vivem em locais onde estão expostos a mais extrema desigualdade social. Costumam ser áreas que oferecem pouco acesso à educação e saúde, com altos índices de criminalidade. Devido a esses fatores, aliados da pobreza e precariedade, buscam no crime uma melhor qualidade de vida. Assim, surgem os argumentos a favor da redução, muitas vezes acompanhados de um sentimento de vingança, o que acaba limitando a reflexão. Esquecem que o sistema penitenciário brasileiro está superlotado e apresenta altos índices de reincidência. E ainda, que a redução não irá impedir criminosos de aliciar jovens menores de dezesseis. Ou seja, é ruim para o indivíduo e para sociedade. Ademais, dada as causas do problema, a sociedade precisa pensar não em uma maneira de colocar o jovem na cadeia e sim em como tira-lo do crime e colocá-lo no mercado de trabalho. É preciso uma preocupação social verdadeira, jogar jovens na cadeia é um descaso. Levando em consideração que a desigualdade social é uma das principais causas da violência, fica evidente que a redução da maioridade penal não é a melhor solução. É preciso que o Governo, ao invés de punir aqueles que não possuem a menor culpa do meio em que estão inseridos, ofereça a estes, principalmente, acesso à saúde, educação e moradia, construindo escolas, hospitais e conjuntos habitacionais de fácil acesso. Assim, com um melhor investimento social, será notável a redução da necessidade de gastos em segurança.