A palavra adolescência tem sua origem etimológica no latim adolescere, que significa “para crescer”. É o período de transição entre os brinquedos e os documentos, o parquinho e o escritório. É a fase em que se desenvolve a personalidade. Gostos musicais, tribos e grupos, cursos, viagens, namoros e família. Porém o período para crescer e tornar-se um adulto bem-sucedido não é a realidade de muitos jovens, que, por condições socioeconômicas e estruturais, acabando migrando para o caminho do crime. A recente proposta de emenda constitucional que visa a redução da maioridade penal para 16 anos, instaurou no país um verdadeiro combate de opiniões. De um lado, os “moderadores”, que defendem a não redução, afirmando que a lei só aumentará a desigualdade social, que é o alicerce da criminalidade. Defendem que o sistema carcerário brasileiro não desempenha a função de reeducar o jovem, mencionando países europeus que implementaram a redução e viram seus índices criminais manterem-se estagnados. Do outro lado, os “radicais”, apoiando a emenda. Atestam que a impunidade gera ainda mais violência, e que, se o jovem possui maturidade em ir de encontro à lei, deve responder por seus atos. Independentemente da posição escolhida, há uma relação intrínseca entre ambas opiniões. Se houvesse um maior investimento no setor educacional do país, de forma generalizada, estendendo-se por todas as camadas sociais, junto com uma real assistência para a inserção do jovem no mercado de trabalho, reduziria, e muito, o índice criminal do país, além de melhorar diversos outros setores da sociedade, pois transformaria um jovem criminoso, que oferece riscos a população, em um novo trabalhador, que ajuda na economia do país. Nesse contexto, uma consulta à população, através de um plebiscito, seria a melhor opção, para chegar a um veredito, antes de qualquer decisão do poder legislativo. Considerando o status quo, para pôr fim a discussão que ocupa as mídias sociais, só há uma coisa a ser feita: educar. Não há como um jovem que cresce no meio do crime, não ficar tentado a seguir este caminho, sem a ajuda do Estado, financeira e estruturalmente. Além disso, diversas ONGs como o Afroreggae e a Orquestra Sinfônica de Heliópolis devem receber maior apoio do governo, pois atuam como porta de saída para os jovens que desejam um novo começo.