A redução da maioridade penal gera muita repercussão e discussão, sempre que um crime violento é cometido por adolescentes, e é noticiado. Atualmente, os jovens se envolvem cada vez mais cedo no mundo da criminalidade. Boa parte dos envolvidos são aliciados por criminosos mais velhos, que usam os mais novos para cometerem crimes simples - roubos - e hediondos – estupros, homicídios, dentre outros. A temática abordada por Jorge Amado em Capitães de Areia – no qual retrata um grupo de meninos que são vítimas da exposição precoce à vida adulta, e que são marginalizados pela alta sociedade baiana - se equipara ao quadro atual, e, é perceptível que a segregação social que esses indivíduos sofrem não é recente, pelo contrário, dado que, essa obra é do século XX. Essa redução representaria uma ameaça para os direitos de crianças e adolescentes, e, além disso, caso fosse aprovada, os menores infratores seriam misturados aos criminosos mais velhos, podendo essa medida ser de retrocesso, e não de avanço, pois eles poderiam sair dos presídios mais revoltados ou praticando crimes mais graves, o que poderia ser ainda pior, visto que, esses adolescentes teriam convívio social. Já afirmava o filósofo Carlito Maia: “O problema do menor é o maior. ” Em suma, é notável que a falta de investimento em educação por parte do Estado é a maior responsável por tantos jovens entrarem no mundo do crime, e iniciativas devem ser tomadas, por exemplo, distribuindo bolsas de estudos. Além disso, falta às crianças e aos adolescentes saúde de boa qualidade, segurança, entre outras coisas básicas e primordiais para formação do indivíduo. Seria essencial conselhos comunitários, - induzindo o jovem a participar ativamente da sua comunidade – uma vez que, as maiores desigualdades sociais são vistas lá. As mídias podem ser utilizadas como aliadas, propagando campanhas de cunho educativo. A partir do momento que esses jovens se sentirem acolhidos pelas diferentes classes sociais e pelo Estado, a criminalidade começará a ser reduzida.