Título da redação:

Em Busca da Revolução

Tema de redação: As complexidades do combate à homofobia no Brasil

Redação enviada em 12/10/2017

Nada é permanente, salvo a mudança- Heráclito de Éfeso. A Revolução Francesa, no século XVIII, representou um dos maiores movimentos de mudança da história, que guiado por seus lemas, igualdade, fraternidade e liberdade, inspiraram todas as democracias posteriores. O Brasil, à luz dos lemas revolucionários, os fere com a crescente onda homofóbica que se faz presente. O patriarcalismo enraizado e a homofobia no âmbito escolar são responsáveis pela complexidade em solucionar o tema, e os principais fatores a serem modificados. Segundo o filosofo Jean-Paul Sartre, qualquer tipo de violência é sempre uma derrota. Nesse sentido, o povo brasileiro perde em uma luta diária contra o preconceito. Segundo uma pesquisa efetuada pela GGB (Grupo Gay da Bahia), a cada 25 horas uma pessoa do público LGBT é assassinada. Todo este ódio remete ao patriarcalismo vigente que se apegando ao conceito de família tradicional “exclui” a possibilidade de legitimidade da relação entre pessoas do mesmo sexo, legitimando assim a homofobia como forma de repelir um comportamento considerado por eles anormal a uma sociedade idealizada. Assim sendo, este patriarcalismo transforma uma simples escolhe de foro íntimo em motivo de ódio. Além disso, em ambientes criados para formação cidadã e igualitária a homofobia também se faz presente. Segundo pesquisa efetuada pela USP (Universidade de São Paulo) cerca de 27% do público LGBT alega ter sofrido algum tipo de preconceito em âmbito escolar, de acordo com a mesma pesquisa 60% dos professores admitem não ter preparo para o trato de um assunto tão delicado. Desse modo, mediante um efeito de ação-reação, nossas crianças são expostas ao preconceito, e com a incapacidade do professor de lidar com a situação, tendem a internalizar com algo normal a rejeição do diferente que se faz presente em seu meio, se tornando adultos com mais traços homofóbicos, replicando a sociedade patriarcalista. Fica claro, portanto, que a homofobia é um traço presente em nossa sociedade, sendo necessárias medidas para combate-la. Desse modo, o Ministério da Educação deve promover cursos online, ministrados por sociólogos, psicólogos e pedagogos, visando capacitar os professores na lida com um este tema em sala de aula. Ademais, o Poder Legislativo deve modificar o código penal, adicionando a este o agravante do crime motivado por homofobia, assim como torná-lo inafiançável, para que com uma maior rigidez punitiva ocorra uma menor banalização das agressões. Somente com a superação da homofobia poderemos nos orgulhar de aplicarmos em sociedade os lemas da revolução.