A escalada da violência contra LGBTs é estarrecedora no Brasil. Entre os anos de 2000 e 2010 o número de mortos dobrou de 130 para 260. E em 2016 mais um recorde nefasto foi quebrado: 343 assassinatos ligados à orientação sexual. E este cenário não da sinais de melhora. Não são raros os casos deste tipo de agressão ganharem destaque na mídia. E o que se evidencia nos comentários são as mais absurdas opiniões e concepções completamente errôneas e pautadas em pura ignorância. Ora culpando as próprias vítimas pela violência sofrida, ora procurando desculpas para se eximir das responsabilidades como integrante da sociedade. Além de todo esse aparato histórico-cultural de tratar o diferente como doença demonizando o que não lhe é igual. O Estado, e até mesmo a iniciativa privada, não tratam o assunto com o devido respeito. As escolas não estão preparadas para trabalhar dignamente a diversidade. Quando tentam, estão doutrinando e subvertendo os alunos. Os pais criados em um contexto histórico conhecidamente opressor, tende a passar a repressão para os filhos. Os estratos mais altos do governo cada vez mais conservadores e retrógrados ignoram as mazelas dessa parcela da população. Por conta disso, o que mais falta nos dias de hoje é o exercício de alteridade. Ademais, cabe aos nossos representantes o endurecimento das leis específicas para reprimir esses crimes. E a nós cobrá-los quanto a isso. O sofrimento que a sociedade causa a essas pessoas é uma responsabilidade de todos. Não há motivos para criminalizar algo natural da maioria dos seres da natureza. Ninguém escolhe a orientação sexual, cabe a nós tratar a todos como iguais como realmente somos.