Título da redação:

Da teoria à prática

Tema de redação: As complexidades do combate à homofobia no Brasil

Redação enviada em 10/07/2018

No Brasil, a homofobia afronta, deveras, o interesse público. Tal fato ocorre, na prática, pelo pacto de valores mantidos, tanto pelo Estado, quanto pela sociedade civil, à custa de omissões e hipocrisias. Nesse contexto, urge a necessidade de combater esse empecilho que segue intrinsecamente ligado à nação. Deve-se pontuar, de início, que o aparato estatal brasileiro não é eficaz enquanto agente fornecedor de direitos mínimos, visto que, consoante o Globo, a cada vinte e cinco horas uma pessoa é assassinada no país por sua orientação sexual. Diante desse absurdo, é preciso se aliar aos ideais de Hayek, sociólogo iluminista do século XIX, o qual defende que, no campo das condutas antissociais, deve haver sempre ações antecipatórias construídas na razão e embutidas no esforço público. É imprescindível, então, que haja políticas estatais de caráter instrutivo, de modo a garantir a tal grupo, assim, o pleno acesso à dignidade humana garantida na Carta Magna de 1988. Paralelo a isso, outro fator negativo para transpor as barreiras à violência é a insipiência coletiva. Bourdieu, sociólogo e antropólogo do século XX, ao ampliar a concepção marxista, responsabiliza a família e a escola pela formação da personalidade humana, o que legitima, logo, o argumento de que muitos pais e docentes perpetuam, por ignorância, tabus para as gerações seguintes. Portanto, fica claro que a banalização de diálogos com as crianças sobre a diversidade sexual prevaleceu ao longo dos anos a ponto de enraizar-se na sociedade contemporânea, o que pode viabilizar, consequentemente, transtornos psicológicos, físicos e, não raro, a morte. No entanto, isso pode ser atenuado por uma melhor gestão do Estado no âmbito escolar. Sob esse viés, cabe ao Ministério da Educação reforçar proativamente discussões nas escolas, com o apoio familiar, por meio de rodas de conversa guiadas pela abordagem bourdiana, projetos com material físico e online e palestras ministradas por estudantes de psicologia - visto que há estágio obrigatório nas universidades - a respeito do tema. Tal-qualmente, nos canais virtuais de grande alcance e midiáticos, por intermédio de campanhas e propagandas que busquem elucidar, notavelmente, a sociedade. Espera-se, com essa revolução, que todos, inclusive o próprio Estado, ampliem seu campo de visão e vençam esse desafio, o que garantirá, por fim, uma realidade complacente à ótica hayekiana. Afinal, como proferido pelo educador Paulo Freire, a educação muda as pessoas e pessoas transformam o mundo.