Título da redação:

Combatendo o próprio preconceito

Tema de redação: As complexidades do combate à homofobia no Brasil

Redação enviada em 09/10/2017

Desde os tempos mais antigos, homossexuais já tinham carrascos que rotulavam a homossexualidade: na Idade Média, como pecado; na Idade Moderna, como crime; no final do século 18, a medicina adotou a concepção religiosa, que tratava a homossexualidade como doença. E, ainda hoje, há quem defenda que a homossexualidade deve ser tratada como patologia. A sociedade brasileira foi construída sob uma perspectiva patriarcal, heteronormativa, de modo geral, hostiliza a homossexualidade e trata essa condição como algo atípico e problemático. A segregação, a repressão, a opressão, a discriminação e a ridicularização da identidade sexual de uma pessoa são tão graves quanto qualquer violação física. Tratar um homossexual de forma diferente apenas porque ele tem uma orientação sexual que não condiz com o seu sexo biológico não faz sentido. Milhares de homossexuais são mortos e agredidos fisicamente, ano após ano, pelo simples fato de terem nascido com uma preferência diferente, muitos fogem de casa, entram em depressão e reprimem seus desejos para que não precisem ver e ouvir gestos e palavras de preconceito diariamente. Porém, ninguém nasce homofóbico. A homofobia se aprende em casa, na escola, nas ruas, nas igrejas, nas mesquitas e nas sinagogas. É aquela obsessão dos pais de que rosa é de menina e azul é de menino. É a bronca dos adultos se a criança brinca de carrinho ou de boneca. É o sermão de alguém falando que viver a homossexualidade é viver no pecado. É o bullying que os LGBTs sofrem ou já sofreram algum dia, com piadas infelizes, agressão verbal e física. Fica evidente, portanto, que para combater a homofobia, as escolas, em parceria com psicólogos, devem ministrar palestras que discutam sobre a diversidade de gênero e identidade sexual para os alunos e os pais, ajudando-os a compreender a homossexualidade. O Governo Federal deve realizar campanhas sociais motivando o respeito e a diversidade, que é uma forma de promover a inclusão de todos. Sendo assim, lutar contra a homofobia é combater o próprio preconceito e entender que a única condição que importa é a de ser humano.