Título da redação:

As complexidades do combate à homofobia no Brasil

Tema de redação: As complexidades do combate à homofobia no Brasil

Redação enviada em 24/10/2018

A partir da constituição cidadã de 1988, as minorias sociais passaram a se assumir e se identificar, entre elas os homosexuais, com a promessa de garantia de seus direitos sociais constitucionalizados. Entretanto, em 2018, esses direitos ainda não são efetivados por conta de uma mentalidade conservadora de grande parte da população. Dessa forma, sem políticas públicas relevantes para a reeducação social, a discriminação persiste e dificulta a consolidação das leis defensoras do grupo homosexual. Quanto a esse não firmamento legislativo, é consequência do pensamento retrógrado de parte da sociedade. A partir dele, os indivíduos deixam suas concepções discriminatórias individuais sobreporem o Estado. Exemplo disso são as delegacias, que possuem o papel executivo, mas são compostas majoritariamente por cidadãos contrários ao que desrespeita a moral, como a diversidade sexual. Desse modo, essas pessoas responsáveis por repreender ilegalidades falham pois são regidas pelo pensamento cultural dominante. Ademais, essa superioridade da moral em função da lei se explica pela ideia de discurso do filósofo Foucault. Segundo ele, o discurso desenvolvido e aceito socialmente exerce coerção sobre os indivíduos, definindo concepções de certo e errado. A partir disso, compreende se a fala sobre sexo na idade moderna como uma ferramenta de poder através da regulamentação do que deve ser feito, ao invés de uma fala libertadora dos tabus da antiguidade. Dessa forma, o indivíduo que não respeita esse padrão estabelecido, é julgado negativamente pela sociedade, o que dificulta sua busca pelo prazer. Em suma, observa-se que os direitos dos homosexuais não são assegurados por uma mentalidade coletiva divergente da constituição. Para uma sociedade mais respeitosa e constitucional, as instituições de ensino público e privada devem intervir. Essas devem realizar palestras para alunos do ensino médio a fim de engaja-los sobre o respeito às diferenças no meio social. Essa atividade deve ser realizada uma vez por mês nos colégios, conduzida por professores de filosofia e sociologia, acompanhados de um representante da causa tratada. Além disso, não será obrigatória na grade curricular, contando pontos extras para os estudantes participantes. Assim, a mentalidade das novas gerações assegurará os direitos dos homosexuais ao respeita-los como os demais cidadãos.