Carlos Drummond de Andrade, por meio da metáfora, poetizou a “pedra” no “meio do caminho”, colocando-a como obstáculo na vida de quem a encontra. Fora do plano literário existem problemas que atrapalham o progresso de uma sociedade. Um deles é a homofobia que, eufemisticamente, é uma pedra no caminho de muitos brasileiros. Combater essa problemática é um verdadeiro desafio em vista da sua complexidade. De acordo com Rousseau, a natureza do homem é boa, mas a sociedade o corrompe. Nesse sentido, percebe-se que as ações por trás de um homofóbico são frutos de uma sociedade extremamente machista. Isso acontece, porque a cultura passada de geração em geração criou o padrão de que o homem é superior a todos, e, portanto, não admite que o mesmo desenvolva um comportamento diferente do “normal”. O resultado disso é chocante, no Brasil, segundo o Grupo Gay da Bahia, quase 1.600 pessoas morreram vítimas de ataques motivados por ódio nos últimos 4 anos e meio. Além disso, a insuficiência das leis é outro fator que tem dificultado o combate a esse tipo de crime. Segundo Aristóteles o Estado é responsável por trazer harmonia a sociedade por meio da justiça. Partindo dessa analogia, percebe-se que a perseguição homofóbica rompe essa harmonia, pois embora a Constituição Brasileira garanta o direito de igualdade de todos perante a lei, a população LGBT (Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis, Transexuais, Transgêneros), sofre de todas as formas possíveis e pouco é feito para atenuar esse problema. É evidente, portanto, que lutar contra a homofobia é algo muito complexo e por isso exige esforço de todas as partes envolvidas. Em vista disso, o Estado por meio do poder judiciário deve intensificar as punições contra os agressores, para isso, deve ser criada uma delegacia especializada em crimes homofóbicos com a finalidade de atender esses casos, e o mais rápido possível resolvê-los, além de aplicar a pena ao acusado. Segundo Nelson Mandela, a educação é a maior arma para se mudar o mundo. Nesse contexto, a família deve ensinar seus filhos a respeitar a todos independente de gênero, cultura ou raça. Dessa forma, essa problemática não será mais uma pedra no caminho da sociedade brasileira.