Vermelho é a cor do amor, cuja abrangência de significado ganha contornos cada vez mais amplos nos tempos hodiernos. Ama-se de maneira hétero ou homossexual. Fala-se até em poliamor. Todavia, vermelho também é a cor do sangue derramado das 343 pessoas LGBTQs, cujas mortes foram contabilizadas na conta da homofobia, no ano de 2016. A sociedade brasileira é permeada pela homofobia de tal forma que os discursos de ódio contra LGBTQs, tomados como piadas inofensivas ou apenas uso da liberdade de expressão, estão presentes nos mais variados ambientes. Percebe-se homofobia no mercado de trabalho, nos encontros familiares, nos estádios de futebol. No entanto, de todos os ambientes onde a homofobia está inserida, a escola é o que mais preocupa. O local de primeiro contato juvenil com o convívio social, onde se constrói o senso crítico dos jovens, não pode estar imerso em bullying, desamparo e despreparo do corpo docente. O maior responsável por essa alarmante situação é o governo. Destacando-se o gasto zero com repasses no orçamento federal para políticas de combate à homofobia em 2017, o Estado é cúmplice de cada assassinato motivado por ódio ocorrido no Brasil. A ausência de uma legislação combativa a esses crimes, aliada à falta de programas de conscientização, cria um cenário de ignorância e preconceito generalizado. Portanto, o passo mais urgente para o combate à homofobia é a aprovação de uma lei que a criminalize, nos moldes do natimorto PLC-122/2006 – uma das poucas iniciativas legislativas sobre o tema. Com ela, colorir-se-á o vermelho da homofobia com as cores do arco-íris do respeito ao próximo.