O escritor inglês Oscar Wilde, autor do clássico "O Retrato de Dorian Gray", teve seus bens confiscados, seu prestígio tomado e o apoio de sua família perdido, por ser homossexual. Atualmente, muitos brasileiros LGBT, além de também perderem suas dignidades e serem humilhados, perdem suas vidas. Neste cenário, faz-se preciso revisar o papel do Estado e da sociedade no combate à homofobia. Construída sobre pilares cristãos, a sociedade brasileira carrega uma forte herança religiosa. Logo assim, a existência de partidos políticos com cunho religioso dificulta a implementação de políticas adicionais para a proteção dos LGBT. Ademais, a propagação do discurso homofóbico por parte de figuras políticas influencia a sociedade, que acaba por apoiar as medidas conservadoras dos partidos. A remoção de filosofia e sociologia da grade curricular do ensino médio, durante o período da ditadura militar, também contribuiu para o cenário atual, pois ambas abrangem a mente dos indivíduos além de sua própria cultura e hábitos e, com isso, torna-os mais receptivos e compreensivos ao diferente. Afirma-se que a existência de discursos anti-LGBT faz parte da liberdade de expressão. Porém, a liberdade de expressão não é válida quando usada para atacar e inferiorizar um grupo da sociedade,o que caracteriza um discurso de ódio. Em suma, a dificuldade em combater a homofobia está atrelada à formação ideológica da sociedade e, em consequência, do Estado. É necessário que o indivíduo tenha consciência do poder de seu voto, e baseie sua escolha no bem da comunidade, e não no do indivíduo, para que o Estado torne-se mais abrangente. Para isto, cabe ao Ministério da Educação aumentar a carga horária de filosofia e sociologia, incorporando estudos sobre teoria de gênero e sexualidade humana, dessa forma tornando as próximas gerações mais inclusivas. Ao curto prazo, pode-se estimular a denúncia de casos de homofobia e criar campanhas de conscientização por meio dos veículos midiáticos.