“Consideramos justa toda forma de amor”, diz a canção de Lulu Santos, lançada em 1989. Contudo esta não é a realidade brasileira, principalmente quando se fala nas relações homoafetivas. É notável a falta de respeito e empatia para com essas pessoas na atualidade. Bem como, o aumento de agressões e de crimes motivados por preconceito. Dados compilados pelo GGB (Grupo Gay da Bahia) apontam que o Brasil é o país com o maior registro de crimes homofóbicos no mundo. Ainda segundo esses dados, a cada 28 horas um homossexual é assassinado devido à sua opção sexual e em cerca de 70% dos casos, esses crimes seguem impunes. A luta contra a homofobia está ganhando cada vez mais defensores, por outro lado o ódio crescente e a falta de leis federais que criminalizem a homofobia tem sido obstáculos frequentes nessa luta. Todas estas estatísticas sobre o assunto vêm evidenciando o quanto os preconceitos, entre eles a homofobia, são na verdade, uma construção social. A homofobia está em ascensão em nosso país e muito deste discurso de ódio tem sido difundido pelo meio eclesiástico, tanto católico quanto protestante. O que nos remete à Igreja Católica na Idade Média, que matava em nome de Deus. Apenas em 1990 a OMS (Organização Mundial da Saúde) deixou de considerar, tardiamente, a homossexualidade como doença, apesar disso, existem no país clinicas, geralmente ligadas a uma religião cristã, que prometem ‘curar’ a homossexualidade. Por diversas vezes essas internações são realizadas sem o consentimento do sujeito, que passa por torturas e abusos de toda ordem. Práticas como estas indicam que há um forte fundamentalismo religioso por trás da homofobia no Brasil, que necessita ser combatido. Para vencer a homofobia são necessárias diversas medidas. Dentre elas, a criação de leis federais, por parte dos deputados federais e senadores, que protejam os homossexuais e penalizem os agressores de forma devida. Faz-se necessário também que instituições que oferecem ilegal e equivocadamente a cura gay, sejam investigadas e proibidas de oferecer tais tratamentos. Além disso, nós como sociedade precisamos aprender a respeitar e conviver com nossas diferenças, afinal esses são princípios básicos de cidadania. E como cantava Legião Urbana, “é preciso amar as pessoas, como se não houvesse amanhã.”