Tomando por princípio as arenas de combate na antiguidade romana, os eventos esportivos contemporâneos dotados de grande rivalidade são capazes de translocar a barbárie do centro da arena para sobre os espectadores. Nota-se que, em estádios de futebol, os episódios de violência se fazem frequentes e tem, dentre suas causas, o modo de operação de algumas torcidas organizadas associada a irracionalidade humana em ambientes tensos e competitivos. Sob esses aspectos, convém analisar as motivações desses comportamentos no meio esportivo. Primeiramente, nota-se a estrutura das torcidas organizadas, em muitos casos, similar às milícias. Por serem hierarquizadas, com normas e áreas de atuação definidas e sempre aptas ao conflito com seus rivais, são terrenos férteis à sensação de poder e consequente transgressão às leis. No Brasil, infelizmente, respaldadas pelo baixo índice de punição, mostram-se como representações acentuadas violento contexto social em vigor. Paralelamente, percebe-se que o ambiente competitivo dos estádios, levam alguns indivíduos a apresentarem comportamentos que remetem ao “estado natural”, sugerido por Thomas Hobbes. Segundo o filósofo inglês, o homem é naturalmente mau, e, sem o poder de um Estado forte sobre ele, perde o filtro social sobre suas ações. Portanto, fazem-se necessárias medidas para dirimir a violência do estádios de futebol. Nesse sentido, os clubes devem implantar cadastro fotográfico e biométrico de torcedores, bem como, instalar circuitos de TV para a identificação dos presentes a fim de demonstrar controle sob o espetáculo, além disso, o Judiciário deve cumprir seu papel e punir exemplarmente os criminosos. Espera-se assim, que nos estádios as brigas das torcidas sejam apenas no grito.