Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: As causas da violência nos estádios de futebol

Redação enviada em 30/05/2018

Para o sociólogo Maurício Murad, a violência está enraizada no Brasil desde o período colonial, ou seja, está presente inclusive nos estádios de futebol. Nesse ínterim, pode ser observada por meio do racismo, machismo, xenofobia, agressões verbais e físicas, mutilação e morte. Mesmo com esse quadro, os estádios ainda não possuem policiamento especializado, salvo o Rio de Janeiro que é o único local do país que usa essa especificidade, logo, o investimento apresentou um salto na qualidade da segurança. Contudo, assistir jogos ao vivo ainda é um grande risco aos torcedores. É sabido que a mídia impulsiona a valorização do sentimentalismo aos times e, pode até mesmo ajudar a converter a paixão pelo futebol em um verdadeiro estilo de vida. Neste sentido, os torcedores adotam erroneamente a metáfora conceitual “Futebol é guerra” e encaram as partidas como um combate. Dessa forma, cria-se um nacionalismo imperativo, então, vê-se o time e a torcida adversária como inimigos em potenciais, vide as torcidas organizadas. Essas usam a agressão para representar um tipo de defesa e supremacia de um time sobre o outro. Por outro lado, a impunidade dessas ações favorece o contínuo desrespeito àqueles que vão apenas para apreciar as partidas e, consequentemente, a visão do esporte como método de inclusão social é invertida, já que a violência segrega ainda mais a sociedade. Isso pode ser denotado pelo fato do Brasil liderar o ranking dos países que contém mais mortes em estádios de futebol, além disso, os agressores não são identificados tampouco recebem advertências, enquanto que para as vítimas que sofrem de violência física ou moral, os danos podem ser irreversíveis, como a morte do torcedor Paulo Ricardo Gomes de 26 anos em 2014. Ademais, não são todos os estádios que detêm de corpo médico para tratar possíveis emergências, em primeiro lugar, porque a fiscalização não é tão rígida e, em segundo, devido ao alto custo que isso significa para os clubes, a saber que o Estatuto do Torcedor prevê uma equipe médica para cada 10 mil torcedores. É indubitável que o GEPE (Grupamento Especial de Policiamento em Estádios) faz a diferença na segurança dos estádio do Rio de Janeiro, embora ainda precise ser treinado, qualificado e reorganizado, por isso, devido a melhora apresentada após o GEPE, Murad defende que todos os estádios devem adotar esse modelo. Infere-se, portanto, com o intuito de minimizar as causas da violência nos estádios de futebol, cabe a CBF contratar fiscais, por meio de licitações, para que os estádios sejam fiscalizados, com o fim de averiguar se os clubes estão de acordo com o Estatuto do Torcedor, no quesito de equipes médicas, equipamentos e infraestrutura. Para mais, é papel do governo de cada estado, investir no policiamento especializado, com concursos públicos e cursos de capacitação, a fim de preparar os policiais para as situações dos jogos superlotados. Somente assim, os efeitos da violência que está enraizada no Brasil, citado por Murad, serão mitigados.