A violência presente nos estádios de futebol é mais um reflexo da insegurança no Brasil. Apesar de ser um esporte que pode aproximar familiares e desconhecidos por meio de um vínculo comum, também pode aflorar sentimentos agressivos de disputa e superioridade, cujas consequências são vandalismo, truculência e morte. Tendo isso em vista, as principais causas dessa violência provêm da impunidade e fatores internos ao esporte. Primeiro, o Brasil é campeão em mortes em estádios de futebol. Um dos fatores que corroboram essa conjuntura é a falta de legislação eficiente e eficaz. Com isso, um cenário de bestialidade pode se desenvolver antes, durante ou depois de uma partida sem que haja punição futura aos responsáveis. Apesar disso, os Poderes caminham a passos lentos para suavizar esse problema, seja por descuido ou influência de interesses particulares, pois exemplos de práticas repressivas à violência esportiva que deram resultados há, como as adotadas pela Inglaterra. Nesse país são aderidas multas substanciais a vândalos e agressores, suspensão por anos do direito de ir a jogos de futebol para reincidentes, e monitoramento eletrônico para detectar grupos suspeitos. Além disso, outro fator que alimenta a violência é o comportamento dos próprios jogadores. Não são raros os casos de agressões e bullying entre os adversários, como a mordida de Luis Suárez, no jogo da Copa do Mundo em 2014. Esses comportamentos podem ser copiados pelos fãs, alimentando a ideia de que no futebol a violência é válida. Sendo assim, é coerente que o respeito seja uma exigência para que os jogadores entrem e permaneçam em quadra. Como supracitado, é necessário uma modernização efetiva no sistema de segurança dos estádios e na legislação para superar esse impasse. Dessa forma, cabe ao Legislativo deve priorizar multas baseadas nos danos causados pelos vândalos esportivos, com agravante de reincidência e suspensão das arenas. Para isso, é fundamental que os governos municipais que sediam jogos criem uma lista eletrônica compartilhada nacionalmente de agressores que não podem participar dos espetáculos. Ademais, é importante que as escolas minimizem o sentimento competitivo agressivo nas atividades esportivas nas aulas de Educação Física, cultivando a diversão e o respeito aos oponentes.