Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: As causas da violência nos estádios de futebol

Redação enviada em 29/10/2017

Nos anos 80, a violência relacionada ao futebol ascendeu devido, em grande parte, à inspiração provocada pelos Hooligans ingleses – torcedores de futebol protagonistas de episódios marcantes de violência na Inglaterra. Embora, a forma como o combate a esses crimes aconteceu nesse país seja um bom exemplo para todo o mundo, no Brasil, ainda predomina como empecilho para mitigação de tal questão o “jogo de empurra” entre o Ministério Público (MP) e as autoridades esportivas relativo a quem pertence a responsabilidade de promover ações concretas contra a violência ligada ao esporte. No primeiro país supracitado houve uma reforma nos estádios -a fim de evitar o deslocamento de grandes massas de torcedores – o acesso a esses tornou-se mais caro e os responsáveis pelos crimes foram devidamente punidos; inclusive com o banimento da participação nesses eventos. Em contrapartida, apesar de as federações e clubes nacionais terem implementado as recomendações do Guia de Dimensionamento para Segurança e Conforto no estádios de futebol, produzido pelo Ministério do Esporte, o principal exemplo dado pelos Ingleses ainda não foi efetuado no Brasil: A punição aos marginais e aos inaptos ao convívio social. Assim, os casos de violência perpetuam-se no país devido a impunidade favorável a atuação dos criminosos. Segundo o levantamento do jornal Lance, em 2012, das 155 mortes relacionadas ao futebol, apenas 27 estavam com os assassinos presos. A princípio, seria possível ligar tal falta de punição a inexistência de uma legislação específica para esses delitos, entretanto, isso não é verídico. Pois, existe um Estatuto do Torcedor elaborado exatamente para combater a violência junto ao esporte. O que ocorre na prática é a falta de consenso entre o poder público, as federações esportivas e os clubes sobre quem deve atuar diretamente contra esses absurdos. De acordo com o ex-dirigente corinthiano, Mario Gobbi, “Quem tem competência de fiscalizar as torcidas é o Ministério Público, não os dirigentes dos clubes”. Enquanto isso, o MP diz que grande parte da violência advém da morosidade dos clubes com as torcidas organizadas. Logo, diante dos argumentos anteriormente citados, é possível concluir quem são os perdedores desse “jogo de empurra”: as famílias, os jovens e as crianças, os quais buscam nesses eventos apenas um momento de diversão coletiva. Portanto, a fim de proporcionar a estes a volta da diversão nos jogos - além de prender os criminosos – o Ministério Público deve, junto a todas as entidades esportivas nacionais envolvidas, elaborar um plano nacional de segurança. O qual busque implementar a biometria e a identificação facial nos estádios, além de fiscalizar de perto as atividades das torcidas organizadas por meio das redes sociais, já que muitos dos confrontos são marcados através delas. Por fim, os clubes devem banir imediatamente os indivíduos identificados por vídeo de qualquer evento relacionado ao clube, por meio do registro do cidadão em um cadastro de inaptos a eventos esportivos.