De acordo com o filósofo John Locke, o Estado ideal é aquele que garante, dentre outros pontos, o direito à vida e à liberdade. No entanto, ocorre a não efetivação dessa premissa nos estádios brasileiros, nos quais a agressividade e a intolerância levam, até mesmo, indivíduos à morte, tornando-se um grave problema de segurança pública. É preciso analisar, primeiramente, o principal motivo para tal cenário: a falta de conscientização. A intolerância é um problema enraizado na sociedade brasileira em diversos âmbitos, como na religião, na opção sexual, e, dessa forma, nos esportes também. Assim, a grande rivalidade existente entre torcidas associada ao desrepeito às diferenças, fomenta a violência dentro dos estádios. Outrossim, a sensação de impunidade instaurada no Brasil intensifica os atos de agressão, tanto física quanto moral. Segundo o Ministério do Esporte, menos de 5% dos processos no âmbito esportivo acabam em condenação. Além disso, cerca de 20% dos agressores são reincidentes. Dessarte, a ausência do Estado nos campos da educação e da segurança cria um cenário de extrema violência. Fica claro, portanto, que medidas são necessárias para resolver o impasse. Para isso, a Polícia Federal deve criar uma Ouvidoria Pública On-line, que receba denúncias de atos de violências cometidos em estádios, preservando a identidade e a integridade dos envolvidos. Ademais, em parceria com a Organização dos Advogados do Brasil, o Ministério da Justiça deve disponibilizar um maior número de Defensores Públicos para levar os processos adiante e uma punição mais rápida. Por fim, o Ministério da Educação deve adicionar ao calendário escolar uma disciplina mensal, na qual o tema seja abordado e discutido com os alunos, na presença de especialistas no assunto, com o fito de conscientizar as futuras gerações em relação à intolerânica e à violência.