No contexto social brasileiro do século XXI, a violência nos estádios e seus motivos tornou-se uma questão muito presente ultimamente, uma vez que, de acordo com o sociólogo Murad, desde 2010 o número de casos registrados até sofreu uma redução, porém, a crueldade dos atos é maior e, até julho de 2017 já foram contabilizadas 7 vítimas, ainda segundo Murad. Diante de todos esses aspectos, uma das maiores marcas brasileiras ver seu dilema de paz e harmonia manchados pelos impactos dos crimes cometidos nos estádios. É indubitável que o quesito policiamento e a sua atuação estejam entre as causas do problema. Conforme a ideologia contratualista de Thomas Hobbes, o "estado de natureza" se caracteriza como um lugar em que não há atuação do Estado, onde a pessoa vive em completa liberdade e na ausência de leis, o que acabaria gerando constantes conflitos. Ao seguir essa linha de pensamento, observa-se que, no Brasil, o intenso conflito entre torcidas nos estádios se encaixa na teoria do sociólogo; uma vez que, apesar das partidas iniciarem apenas quando houver equipes de segurança e de saúde, a quantidade de policiais quase sempre não é suficiente e muito pouco preparados para a ocasião, o que torna favorável a ocorrência de violência e baderna nos estádios. Adjacente a isso, é preciso destacar o papel do maior combustível da persistência desse tipo de crime. Isto é, antes, as torcidas organizadas era patrocinadas com ônibus, assistência e desconto nos ingressos por causa da beleza de sua festa e de seu total apoio ao time em qualquer situação. Entretanto, atualmente, a maioria dos clubes brasileiros cortaram esse benefício, pois o que se assiste são conflitos altamente violentos com torcedores adversários, grande parte deles fatais; além de fazer badernas dentro e fora dos estádios, trazendo prejuízo para o próprio clube e para a prefeitura do local. Em razão disso, muitas pessoas preferem deixar de ir ao estádio prestigiar o seu time, fazendo com que o clube perca uma renda que serviria para suas despesas. Portanto, é imprescindível que haja uma parceria entre os clubes e o Estado para mitigar essa questão. Logo, cabe aos times promover cadastramento completo de todos os membros das torcidas organizadas por meio da documentação completa, além de tornar esse cadastro obrigatório no acesso ao estádio, visando facilitar o trabalho de quem trabalha na segurança desse ambiente. Ademais, é dever do Governo promover uma melhor preparação policial especialmente voltada para o caso, além de convocar um maior número de agentes para que seja possível controlar multidões de torcedores. Assim, a paz poderá reinar novamente juntamente com todas os benefícios do futebol.