Na Idade Medieval, os atos de violência eram compreendidos como manifestações de poder e soberania. Por isso, nesse momento, os hostis jogos entre gladiadores, no Coliseu Romano, produziam no público uma empatia pela brutalidade. Transcorreram os séculos e modificaram-se as concepções, contudo, há ainda traços desse período na conjuntura brasileira atual, os quais se revelam na violência existente nos estádios de futebol. Com isso, surge uma problemática, cujas causas remontam a um sentimentalismo exacerbado em consonância com um panorama de invigilância. A princípio, é fundamental pontuar que, segundo o historiador Sérgio Buarque de Holanda, o brasileiro é um ser cordial, o que, sob sua ótica, corresponde ao fato de suas emoções sobreporem-se à sua racionalidade. Nesse sentido, quando imersos em um forte contexto futebolístico, o qual, no Brasil, tem a bandeira do estádio simbolizando estandarte e a flâmula no quarto uma insígnia de orgulho, assim como ressalta a canção "É Uma Partida de Futebol”, da banda Skank, os inócuos gostos do indivíduo pelo esporte tornam-se uma paixão excessiva, a qual ressignifica sua percepção sobre os jogos e campeonatos, atribuindo a esses o significado de demonstração da superioridade de um time sobre os demais. Por conseguinte, criam-se sentimentos de rivalidade que, ao serem despertados, seja por insultos ou por derrotas, podem manifestar-se por meio de agressões físicas ou verbais. Dessa forma, a violência nos ambientes desportivos nasce, por vezes, da cordialidade” brasileira. Além disso, é imperioso sobrelevar que a ausência de um sistema efetivo de segurança nos estádios corrobora o impasse. Isso porque, segundo o filósofo Michel Foucualt, em “Vigiar e Punir”, onde quer que a violência se expresse e independente de qual forma ela se apresente é extremamente necessária a aplicação de disciplina, visando a sua mitigação e evitando maiores males. Contudo, no que tange às arenas isso não ocorre, haja vista as dificuldades de identificação dos agressores, os quais se aproveitam da multidão para atuar incorretamente, a existência de um pequeno corpo policial, incapaz reprimir um enorme contingente de pessoas, e, por vezes, a falta de advertências aos infratores. Em função disso, cumprem-se os “maiores males”, representados na morte de Paulo Ricardo Rodrigues, em Recife, noticiada no ano de 2014, e nos alarmantes índices que colocam o Brasil em elevadas posições do ranking mundial que avalia as mortes nos estádios de futebol, de acordo com dados expostos no site G1. Porém, apesar de nefasta, essa situação é mutável. Urge, portanto, medidas que alterem o cenário vigente. Para isso, cabe à organização dos estádios criar campanhas que abordem, de modo rápido e didático, a valorização do respeito mútuo por jogadores de diferentes times, que sejam apresentadas antes do início dos jogos, com o propósito de propagar a empatia no contexto esportivo e minorar a rivalidade. Ademais, é imperativo que a Confederação Brasileira de Futebol invista na segurança dos estádios por meio de um reforço policial, instalação de câmaras de monitoramento e do cadastramento dos torcedores, aliado a criação de uma norma que torne agressões verbais, a exemplo de insultos e ofensas, suscetíveis a penas como multas e expulsão temporária dos jogos a fim de punir os culpados, coibir a impunidade e tornar esses espaços mais pacíficos. Assim, poder-se-á minorar os reflexos medievais, tornando o futebol, no país, mais ordeiro e pacífico. Queria uma ajuda: não estou conseguindo tirar 200 na competência 3. Os professores que corrigem a minha redação sempre falam "aumente o volume da exposição da sua ideia com relação ao que foi apresentado no texto". Porém, não me dão dicas para isso.. Pode, por favor, me auxiliar nisso? desde já, obrigada.