A violência é análoga a uma doença crônica que o Brasil enfrenta, o país é repleto de um histórico e fatos contemporâneos que reforçam essa realidade, a exemplo, tem-se violência política, social, econômica, sexual e esportiva. Nesse último caso, o futebol é a modalidade que apresenta maior expressividade, no qual o ambiente de entretenimento é substituído por um cenário semelhante a um campo de batalha, e como tal, gera feridos, mortos e cria um ambiente de instabilidade e insegurança. O futebol é mais do que um evento esportista para os brasileiros, na verdade, ele faz parte da identidade nacional, é uma das instituições presente em praticamente todas as cidades do país, mesmo que seja na forma improvisada de um campinho de rua. Funciona como um elo entre as pessoas, pois cidadãos de diferentes origens, classes sociais e crença podem debater em igualdade de condições uns com os outros a respeito de regras, técnicas, campeonatos e políticas do clube. Entretanto, toda essa carga positiva em relação ao futebol é mascarada pelas brigas entre torcidas opostas, o que corrobora com mais um índice de violência para o Brasil e o coloca como o país que mais mata torcedores no mundo. Esse não é um problema exclusivo do Brasil, a Inglaterra, a exemplo, já passou por períodos conturbados no futebol, principalmente, entre as décadas de 1980 e 1990, e só teve êxito na dissolução do problema, quando encarou tal fato como uma questão do Estado. No Brasil, algumas medidas já foram tomadas a fim de amenizar o cenário atual, entre elas, o cadastramento de torcedores e a torcida única em alguns jogos. Todavia, as agressões não ficam atreladas somente ao interior dos estádios, elas estão presentes também nos arredores e trajetos dos jogos. Somado a isso, com exceção do Rio de Janeiro que tem um grupo especifico, há o despreparo policial para lidar com essas multidões enraivecidas. Vale ressaltar que esses torcedores representam uma minoria, apenas 5% dos organizados estão envolvidos nessas confusões e, geralmente são pessoas ligadas a neonazistas, gangues urbanas, e que apenas encontram mais uma forma de proclamar o ódio. Em virtude dos fatos mencionados, verifica-se que para controlar tal cenário, é preciso aumentar a segurança nos dias de jogos, por meio de uma ação conjunta entre os clubes e o Estado. Aos primeiros, fica o encargo da segurança particular no interior dos estádios e ao Ministério da Segurança, planejamento e preparo dos policiais para lidarem com essas multidões fora dos estádios. É necessário identificar os criminosos, e uma maneira de fazer isso, seria infiltrar policiais apaisanas entre os torcedores, e depois de reconhecidos, os criminosos devem ser punidos com leis específicas e banidos de qualquer evento esportivo. Além disso, a educação é indispensável, é preciso campanhas de conscientização em todas as plataformas de comunicação, mostrar o verdadeiro sentido do futebol e resgatar o verdadeiro torcedor para os campeonatos.