Durante a Era Vargas, o futebol foi utilizado como unificador nacional e símbolo representativo dos brasileiros. Desde então, é sabido que o Brasil é considerado o país de maior destaque nesse esporte, exportando, inclusive, jogadores de destaque. Logo, devido as lamentáveis cenas de violência nos estádios nacionais, é imprescindível debater as causas dessa problemática, das quais se destacam as heranças históricas e interesses econômicos atuais. Mormente, em relação ao rastilho histórico, depreende-se a dificuldade encontrada pelos governantes em estabelecer formas de controle social desassociada da violência. Tal conjuntura se fez presente no Brasil colônia e imperial, uma vez que a punição dos escravos era realizada pela polícia nas cidades, desse modo, também, a ditadura militar viabilizou um cenário opressor e abusivo por meio da tortura. Nesse viés, por um olhar sociológico permitido pela teoria do fato social de Émile Durkheim, é pertinente a banalização de ações violentas pelos brasileiros, principalmente, quando relacionada à intensa paixão dos torcedores. Nesse contexto, o interesse financeiro dos administradores dos estádios futebolísticos propicia a continuidade das fortes cenas de agressões físicas, como as que ocorreram na Arena Joinville em dezembro de 2013. Partindo desse pressuposto, é inegável a associação dessa realidade às teorias de Karl Marx, que dizem respeito ao sistema capitalista e a intrínseca necessidade da obtenção de lucro. Dessa maneira, a busca por melhorias na segurança e fiscalização durante as partidas deixa a desejar, muito provavelmente pelos custos logísticos que iria demandar. Por conseguinte, vidas são postas em perigo e a função unificadora do esporte é prejudicada. À vista do supracitado, infere-se, portanto, que questões tangentes a história nacional e interesses empresariais viabilizam a pertinência da problemática social. Sendo assim, é mister que o Poder Legislativo Federal desenvolva leis mais específicas e mais severas para a punição dos crimes cometidos nos estádios, além de criar um plano de meta a ser cumprido pelos dirigentes esportivos, como a contratação de seguranças treinados e uma maior burocracia na compra dos ingressos para evitar a entrada de torcedores com históricos violentos nesses locais. Cabe, também, aos poderes estaduais e municipais a fiscalização periódica para a efetivação das normas instituídas. Outrossim, os líderes dos clubes de futebol devem promover campanhas, por meio de diálogos e encontros, entres os diversos times com a finalidade de promover a unificação social e o convívio pacífico entre todos. Apenas sob tal perspectiva, poder-se-á promover a fraternidade inerente à paixão brasileira.