O futebol é, sem dúvidas, um dos maiores patrimônios culturais da sociedade brasileira. Nesse sentido, a importância social do esporte no país é inegável e permite que o brasileiro, independentemente de sua raça, gênero ou etnia, tenha uma paixão para seguir. Todavia, esse mesmo brasileiro vem se afastando dos estádios, uma vez que a violência entre torcedores é constante. Desse modo, para entender o porquê de a violência ser tão frequente, é necessário analisar suas raízes. A violência dentro dos estádios existente hoje no Brasil está invariavelmente ligada a presença de torcidas organizadas no contexto esportivo. Neste cenário, torcedores fanáticos vivem – e muitas vezes trabalham – em uma espécie de seita, onde a violência e as brigas são usadas como ferramentas para a busca do respeito entre as torcidas. Além disso, com o advento das redes sociais, esses indivíduos encontraram um meio no qual com extrema facilidade podem marcar seus “encontros” e formular emboscadas para outras torcidas. Também é cabível ressaltar que a violência e intolerância existente hoje no Brasil acabam por se alastrar em diversos contextos e atinge, entre outros cenários, o futebol. Dessa forma, é inegável – a partir dos diversos casos de agressões no trânsito e nas escolas – a existência de uma cultura de violência que nos permite concluir que a violência nos estádios é ampliada por alguns fatores, mas suas raízes estão no mundo violento que o corpo social brasileiro se encontra. Fica clara, portanto, a necessidade de atitudes mais contundentes para a resolução da problemática. Dessarte, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) deve realizar mudanças no Estatuto do Torcedor, de maneira que faça com que os clubes tomem medidas, como a instalação de câmeras nos estádios e leitura biométrica, contra a violência. Ademais, a Polícia Civil deve monitorar ações criminosas de torcedores nas redes sociais e fornecer informações e dados ao Ministério Público para que medidas possam ser tomadas.