Entre os séculos XVIII e XIX, com a derrocada do absolutismo, propiciada pela propagação dos ideais da Revolução Francesa, os Estados Nacionais se formaram e, em associação a isso, um forte nacionalismo se consolidou o que, em alguns casos, viabilizou práticas e comportamentos xenófobos. Hoje, no Brasil, de maneira análoga ao forte sentimento identitário dos cidadãos de países que outrora se formaram, grandes torcidas de futebol também compartilham do ódio e repúdio às equipes vistas como rivais fato que, quase que invariavelmente, desemboca em violência nos estádios. Nesse contexto, é mister analisar alguns dos fatores que propiciam que tal quadro se instaure com o objetivo de combatê-lo. Em primeiro plano, é necessário destacar que, segundo a filósofa alemã Hannah Arendt, o mal está banalizado, o que faz com que atos monstruosos sejam realizados por pessoas comuns. Prova dessa banalização é o fato de que no estado de Pernambuco, durante uma partida entre times rivais, um torcedor foi atingido por um vaso sanitário lançado do alto por dois participantes do time em disputa. Dessa maneira, torna-se perceptível que durante o cotidiano atos abjetos podem ser realizados. Além disso, é necessário destacar que, para Thomas Hobbes, o estado de natureza do homem é o conflito de todos contra todos. Nesse âmbito, o caso amplamente noticiado da torcedora gremista que injuriou racialmente um jogador da equipe oposta e, após algum tempo, demonstrou seu arrependimento ante a esse comportamento, demonstra que em um estado de extremo estresse os instintos agressivo de alguns indivíduos vêm à tona. Desse modo, o autor contratualista se prova correto à medida que observamos que inúmeros atos irracionais são realizados no ambiente do estádio de futebol. Assim, portanto, medidas que lutem contra o cenário apresentado são urgentes. Com esse fim, é importante que as escolas, com a Secretaria de Educação, devem criar novas práticas pedagógicas, como aulas que incluam os alunos em locais que simulem um ambiente de estádio com o objetivo de orientá-los acerca do comportamento adequado que devem tomar durante esses eventos e, convocar palestras de especialistas, como da área do direito e da psicologia, tendo como objetivo formar cidadãos mais preparados para a vida. Ademais, o Ministério da Educação com os clubes de futebol, por meio da mídia, criar e divulgar campanhas usando a função apelativa da imagem de jogadores renomeados, com a finalidade de alertar a população acerca dos atos deletérios protagonizados por torcedores. Logo, paulatinamente, talvez o estádio de futebol se torne um ambiente mais amistoso.