Desde a Antiguidade os povos já se reuniam para realizar competições entre si. Hoje, conhecidos como “Jogos Olímpicos da Modernidade”, eram disputas que ocorriam na cidade de Olímpia, na Grécia Antiga, em homenagem aos antigos deuses gregos. Entretanto, durante o período dos jogos, os reis gregos declaravam “Paz Olímpica”, ou seja, caso estivessem em guerra, uma trégua se fazia presente. Atualmente, no Brasil, o esporte vem perdendo sua função social de unir pessoas para competir em harmonia e, ao contrário do princípio grego, vem gerando conflitos, fatores que devem ser questionados. Primeiramente, o fanatismo esportivo gera conflitos entre times adversários e segregação. Nesse sentido, as Torcidas Organizadas (TO’s) são associações de torcedores que objetivam organizar apoio ao clube esportivo. Todavia, algo frequente as TO’s são os conflitos entre essas torcidas. Segundo Maurício Murad, sociólogo e pesquisador na Universo (Universidade Salgado de Oliveira), desde 2010 foram 113 mortes relacionadas a futebol no Brasil e o ano mais violento foi 2013, com 30 mortos. Tudo isso mostra como o esporte está contribuindo para segregação, algo oposto a seus princípios. Outrossim, o Rio de Janeiro é o estado com a maior torcida do país, mas não tem destaque no índice de violência em estádios. Nesse contexto, o primeiro lugar pertence ao estado de São Paulo, seguido do Rio Grande do Norte e Pernambuco. Ainda segundo Murad, isso se deve ao fato de o Rio ser o único local do Brasil que possui polícia especialista em manter a segurança nos estádios, a GEPE (Grupamento Especial de Policiamento em Estádios) e, embora isso necessite de melhor organização, a iniciativa faz toda diferença. De fato, a presença de profissionais treinados fará diferença para diminuir as taxas de violência nos ginásios. Portanto, fica claro que os valores esportivos foram perdidos e que retomá-los é importante para evitar conflitos. A princípio, pais e professores devem ensinar as crianças sobre o respeito ao próximo e à entender que faz parte do joga ganhar e perder, por meio de campeonatos estudantis entre colégios vizinhos. Ademais, a Poder Judiciário, o Ministério Público e a Polícia Civil devem, juntos, modernizar o acesso de torcedores aos estádios, com verificação biométrica e digital, além de fiscalizar de perto as TO’s, garantindo a segurança do torcedor de bem. Assim sendo, os gregos se orgulharão de como o Brasil usa seus valores.