Por que a selvageria insiste em reinar nos estádios de futebol? São muitos acontecimentos de brigas nos últimos anos que trouxeram novamente a discussão da violência nos estádios brasileiros e aos arredores à tona, na década de 70 e 80 já existiam as brigas entre os torcedores, porém, entre eles havia uma tradição de brigas na mão, os torcedores brigavam sem o uso de nenhum acessório, conforme a população brasileira foi crescendo, proporcionalmente mais pessoas associaram-se nas torcidas organizadas e na década de 90, aparecem casos de brigas com uso de facas e armas brancas e logo após até mesmo o uso de armas de fogo, consequentemente, a violência entre torcidas organizadas aumenta e o número de mortes em brigas de torcida também, com isso, se cria um sentimento de ódio e vingança perante as torcidas. Nesse sentido cabe também a análise da precariedade do sistema de ensino público contribui para a problemática, pois segundo a filósofa Helen Keller, a tolerância é o resultado mais sublime da educação, dessa forma, a gigantesca parte dos casos de violência nos eventos futebolísticos, os quais decorrem da intolerância, são consequência de uma falha no processo de educação da população. Nesse cenário, a escola surge como a instituição de correção dessas tragédias, visto seu papel na formação moral do indivíduo, porém, no Brasil, menos de 1% das escolas possuem estrutura ideal, de acordo com a pesquisa realizada pela UnB, o que contribui para perpetuação dessa selvageria, logo, a educação é a base para mudança de comportamento tanto fora quanto dentro dos estádios. Além disso, há o aparato jurídico às atividades desportivas, o Estatuto de Defesa do Torcedor, especialmente no décimo terceiro artigo, pugna pela segurança dos espectadores das competições. Hoje, contrapostas ao previsto e ao clima de festa atribuído ao esporte, ocorrências de selvageria são registradas em tais eventos. Configura-se, desse modo, em virtude da negligência no âmbito familiar, falta de escolaridade e da ineficácia dos mecanismos de punição, a problemática da violência nos estádios de futebol. Portanto, é preciso que o Poder Legislativo crie a lei "Torcer para todos", que venha punir com a prisão qualquer tipo de agressão física e verbal praticada entre os torcedores ou contra os demais civis, ademais, o Grupamento Especial de Policiamento em Estádios GEPE deve ser reestruturado e expandido para áreas de maior necessidade a partir dos recursos cedidos pelo Governo Federal, se adequando a cada realidade por meio de pesquisas do IBGE que mostrariam as principais formas de ocorrência de confrontos, além de propiciar o retorno das famílias aos estádios, outrossim, cabe ao Ministério da Educação promover Olimpíadas esportivas nas Instituições públicas e privadas, realizando palestras sobre a importância do respeito durantes os jogos, desse modo, o aprendizado seria acompanhado de diversão, eliminando assim todo tipo de desrespeito e selvageria do meio futebolístico atual.