A violência nos estádios não é uma invenção atual, já que no Coliseu de Roma, gladiadores lutavam até a morte como forma de entreter o público, impondo-os à brutalidade e a justificativa baseada nos valores culturais. Por certo, os atos de violência continuam vinculados às manifestações de imposição e poder, sendo vistos frequentemente em estádios de futebol, fatores que antecedem a rivalidade entre times e a intolerância. Por isso, é necessário buscar medidas a fim de acabar com a violência nos estádios de futebol para que as partidas sejam vistas apenas como meio de diversão e não de tragédia. O futebol é o esporte mais popular do Brasil, não sendo a toa a antonomásia a que se refere, como mostra a música “País do Futebol”, do MC Guimê. Tal esporte é conhecido por unir os brasileiros, principalmente em tempo de Copa, mas também pode separar, como nos jogos quando acontecem brigas nos estádios envolvendo, em sua maioria, torcedores de times rivais ou do mesmo time e torcidas organizadas, que as vezes só vão às partidas com a intenção de causar confusão resultando em verdadeiros tumultos envolvendo inocentes. Um caso que ganhou grande repercussão na mídia ocorreu no início de 2013, na Bolívia, quando um torcedor do Corinthians lançou um sinalizador que provocou a morte do torcedor Kevin Espada, um jovem de apenas 14 anos que teve sua vida interrompida por mais um ato de violência nos estádios. Por consequência, pais deixam de levar seus filhos a jogos pois, devido ao medo, um programa que deveria ser visto apenas como um momento de alegria e descontração pode acabar sendo fatal. Segundo o Jornal O Globo, em 2014 o Brasil foi recordista de mortes por causa do futebol, manchete que evidencia a intolerância, já que pessoas estão morrendo por discussões e motivos fúteis, fator que destaca a crescente banalização da vida diante os tempos atuais. Dessa forma, se não houver mudanças significativas, a simples ida a estádios de futebol no Brasil passará, de um evento de lazer a se transformar em irresponsabilidade, haja vista a real possibilidade de atentados à integridade física e moral daqueles que são a razão desse evento: os torcedores. Portanto, medidas são necessárias para resolver o impasse, impedindo que mais inocentes sejam vitimizados. O Poder Legislativo deve pôr em prática a criação de um conjunto de leis mais rígidas visando o combate à violência nas arenas. Também é essencial a participação da CBF, com o objetivo de aplicar punições mais severas por meio de expulsão ou suspensão dos estádios para aqueles que causarem tumultos; através da criação de um sistema tecnológico onde conterá os dados dos torcedores e informações que ajudaram a identificá-los caso haja baderna e desordem. Para que a questão seja solucionada com exatidão, é imprescindível que cada time incentive seus torcedores a fazer o cadastro, mostrando o quão importante é para a proteção de cada um deles, e assim, através do tal será entregue uma carteirinha e os dados serão disponibilizados através de um site para os funcionários que cuidam da entrada dos mesmos nos estádios de futebol. Destarte, a violência diminuíra e os jogos voltarão a serem símbolos de celebração e alegria para todos os brasileiros.