A desarmonia existente na relação entre ser humano e natureza, caracterizada pela exploração descomedida do meio ambiente, traz prejuízos imensuráveis e possivelmente irreversíveis. Esse desequilíbrio se traduz em diversas formas de poluição, criando um legado de escassez de recursos para as futuras gerações. As ações humanas causam efeitos nos mais diversos ecossistemas existentes, comprometendo o potencial biótico, a biodiversidade e, consequentemente, as possibilidades de exploração sustentável e recuperação ambiental. Os ecossistemas marítimos, historicamente utilizados como fonte de alimento, são agredidos através de derramamento de óleo e outros hidrocarbonetos que causam danos extensos e de longo prazo, lesando a vida que ali se desenvolve. Entretanto, os responsáveis por essas tragédias não recebem punição proporcional ao dano, incentivando a postura agressiva e inconsequente frente aos recursos naturais. No contexto de interferências prejudiciais, destaca-se a produção de alimentos pautada no uso sistemático de fertilizantes e pesticidas, cujos efeitos não estão totalmente dimensionados ou, ao menos, não são amplamente divulgados. O uso de agrotóxicos é justificado na necessidade crescente de produção de alimentos. Contudo, essa demanda poderia ser reduzida a partir do incentivo de hortas orgânicas residenciais e a promoção da cultura de não desperdício que, por sua vez, impactaria na redução de resíduos sólidos, desonerando o meio ambiente. Cabe à sociedade se conscientizar a respeito de sua participação na configuração de um panorama inóspito às gerações futuras e, a partir daí, criar alternativas que reduzam as margens de possibilidades de danos ambientais. Ainda, não é aceitável que o setor industrial abstenha-se de sua responsabilidade quanto à degradação da natureza, sendo necessário que a iniciativa pública, com apoio popular, elabore uma legislação mais rigorosa e punitiva, estabelecendo sanções à altura dos danos provocados e exigindo a reparação dos mesmos.