Muito se fala da exclusividade humana no quesito racionalidade, mas também, muitas são as dúvidas em relação à sua capacidade de pensar racionalmente. Isso porque, por exemplo, o homem tem noção da crise ambiental, porém, pouca consciência sobre as consequências futuras, para ele e para o planeta. Para muitos, o que é relativamente iminente é tido como futuro, e o equilíbrio ambiental é considerado automaticamente recuperável pela própria natureza. Discute-se na economia que só há lucro, se o negócio traz retorno financeiro. Essa afirmação, por sua vez, encaixa-se da mesma forma na situação ambiental: só há preservação, se há reposição. A sustentabilidade, na sociedade atual, é mais do que um assunto politicamente correto, é um negócio. O falso “verde” presente nos rótulos esconde, por vezes, a verdadeira intenção capitalista: a de vender e lucrar. Visto por esse lado, é tão irracional assumir que, a cada produto retirado da prateleira, uma árvore será replantada, quanto enganar a própria sociedade, considerando que algo que não é sustentável, mas é vendido como, irá proporcionar a preservação ambiental. Além disso, a racionalidade concedida aos humanos justifica sua responsabilidade perante a natureza. Esta, que possui cadeias e ciclos perfeitos e ininterruptos, exceto quando há interferência humana, já apresenta desequilíbrios em todos os ecossistemas. Essa realidade é cabível de preocupação visto que, em pouco tempo, gerações poderão viver em situação de carência de recursos imprescindíveis para a vida, como a água, em estado adequado para o uso. Dessa maneira, para que se possa evitar, ou pelo menos adiar a inquestionável total degradação ambiental, é preciso que as ações partam de indivíduos pensantes, integrantes do planeta Terra, e não seus dominantes. Ao considerarem-se parte do todo e questionarem-se sobre sua função no equilíbrio ambiental, os seres humanos terão a chance de tirar suas prometidas ações do papel – ou melhor, dos rótulos. Atitudes como reciclagem, reutilização, reflorestamento e redução do uso de recursos ambientais, se aprimoradas, farão sim, a natureza fechar seus ciclos “no verde”.