Segundo a frase que sintetiza o pensamento de Nicolau Maquiavel em “O Príncipe”, “Os fins justificam os meios”, ou seja, toda atitude inicialmente considerada para bem comum seria incorporada, ainda que esta possa ter sido ilegalmente, porém, o seu resultado excluiria esse processo. Mas considerar o posicionamento anexado ao pensador como verdade absoluta e não juízo de valor pode trazer alguns problemas, quando o tema a ser discutido é o que conduz o ser humano a desmatar sua natureza e transgredir sua humanidade. É válido analisar, antes de tudo, o vetor dos desastres ambientais e a atitude dos cidadãos brasileiros quando confrontados. O portal de notícias do Brasil e do Mundo EBC (Empresa Brasil de Comunicação), realizou recentemente uma pesquisa, cujo foi lembrado as principais catástrofes ecológicas que fizeram e ainda estão incorporadas no cenário nacional. Estudou-se a aritmética dos dados, saldo de prejuízo e possíveis culpados, todavia não foi feita uma análise psicológica para levantar o real anseio de praticar crimes ambientais e infringir o próprio eu. Convém apontar ainda, a capacidade de amnésia existente no cidadão brasileiro frente aos problemas ambientais. Os jornais anunciam diariamente o acontecido e continuam até assumirem a audiência e repercussão desejada, contudo no instante em que acontece outra catástrofe, aquela é esquecida e esta ganha a ênfase almejada. O intrigante é só tomar conhecimento de casos alarmantes, sendo que não é levantada uma pesquisa para alertar o alto índice de lixos que vão para os bueiros – causadores de enchentes, e as dezenas de árvores derrubadas todos os dias para obtenção da celulose. Fica claro, portanto, a desmistificação da célebre frase de Maquiavel em virtude da generalização da espécie humana. Bom seria se o governo federal atentasse ainda mais para a preservação das matas brasileiras, para tanto poderia ser realizada nas escolas públicas primárias oficinas mensalmente, aos moldes de feiras colaborativas, onde seria incentivada a coleta seletiva e o plantio de árvores. As mídias por sua vez, não somente divulgariam o que estaria sendo feito nas instituições escolares, com o intuito de alcançarem mais adeptos, como também não esquecerem os desastres ambientais anteriores, mas contribuírem para evitá-los ao colocarem essas ideias em prática.