A greve dos caminhoneiros, ocorrida em Maio de 2018, mostrou uma preocupante dependência do transporte rodoviário para a economia nacional. Conquanto, quando se oberva as alternativas para o escoamento de produtos, no Brasil, nota-se que, devido a grande extensão territorial e a precariedade das estradas, os transportes ferroviários e hidroviários tornaram-se opções possíveis para otimizar tal escoamento. Nesse sentido, convém analisar os principais motivos acerca da necessidade de alterar o atual modo de transportar produtos no país. Em primeira análise, cabe pontuar que, como consequência da precariedade das estradas e o extenso território nacional, o transporte de cargas por meio de rodovias, que é predominante no setor, tornou-se obsoleto e inadequado para suprir as necessidades da economia nacional, causando prejuízos aos produtores. Comprova-se isso por meio de dados da CNA, em que é possível notar que os custos de escoamento no Brasil valem, em média, quatro vezes mais que os da Argentina e dos Estados Unidos. Dessa forma, percebe-se que os excessivos gastos com a manutenção e o consumo de combustível, em virtude de estradas danificadas e longas distâncias percorridas, se tornaram prejudiciais ao país, havendo a necessidade de por em prática medidas que atenuem essa problemática. Ademais, convém frisar que o incentivo governamental à ampliação de outros modais, como o ferroviário e o hidroviário, vem se mostrando uma alternativa viável para melhorar o escoamento de produtos, haja vista que, embora possuam altos custos de implementação, tais modais são alternativas mais seguras, que causam menores impactos ambientais e possuem baixos custos de manutenção. Consoante a Agência Nacional de Transportes Aquaviários, o Brasil é provavelmente o país que tem a maior extensão de malha hidroviária a se expandir no mundo e, também, segundo dados da IPEA, cerca de 65% dos produtores afirmaram que passariam a usar as ferrovias para transportar sua produção caso houvesse maior disponibilidade de rotas. Desse modo, vê-se que há a indispensabilidade de ações governamentais para solucionar o problema do transporte de mercadorias no país. Destarte, indubitavelmente, medidas são necessárias para resolver esse impasse. É imprescindível que o Governo Federal, em conjunto com o Ministério dos Transportes, além de fazer valer os altos impostos arrecadados para a manutenção das rodovias, invista na infraestrutura de modais que possuem o potencial de melhorar o escoamento de mercadorias no país, como o ferroviário e o hidroviário, com o objetivo de ampliar suas respectivas malhas e aumentar suas rotas, por intermédio de parcerias com empresas produtoras, com o propósito de que a economia nacional, enfim, não sofra as consequências de uma preocupante dependência do transporte rodoviário de produtos.