As dimensões continentais do Brasil e o seu processo de colonização culminaram na distribuição não-homogênea da atual urbanização. Nesse cenário, o escoamento de produtos é dificultado em razão das longas distâncias a serem percorridas, além de corroborar o inchaço das grandes cidades - da forma que está sendo feito atualmente. Por isso, alternativas para o exposto devem ser analisadas. Durante a Segunda Guerra Mundial, os EUA investiram em massa na fabricação de automóveis para abastecer suas tropas. Com o fim da guerra e o excedente de veículos motorizados, incluindo caminhões, o mercado brasileiro ficou entre os que aceitaram o financiamento da importação, priorizando, a partir de então, o transporte rodoviário. Hodiernamente, 67% desse é feito de forma rodoviária, de acordo com a AGEITEC (Agência Embrapa de Informação Tecnológica), mesmo sendo uma alternativa de alto custo e extremamente poluente. Por conseguinte, o inchaço urbano causado pelo desenvolvimento do transporte em questão, simultaneamente ao processo de industrialização do país, prejudicou a mobilidade urbana e a segurança pública, haja vista que o crescimento desordenado das grandes cidades fomenta engarrafamentos e a violência urbana. Isso posto, os transportes via ferroviária e hidroviária devem resgatar a prioridade, perdida no pós guerra, tendo em vista que, além de serem ecologicamente mais sustentáveis, já existem trilhos e portos construídos Brasil afora, embora desativados ou sem manutenção na sua maioria. Em vista disso, cabe ao Governo Federal em parceria com o Ministério de Transportes revitalizar as ferrovias e hidrovias brasileiras, por meio de redirecionamento de verbas de destinos menos relevantes para o desenvolvimento do país, como o Fundo Partidário, a fim de reduzir, em longo prazo, o inchaço das grandes cidades, diminuir os custos do transporte de produtos, e tornar coerente o translado em um país continental e com eminente presença fluvial que nem o Brasil.