O Brasil é conhecido internacionalmente como o celeiro do mundo devido a sua capacidade de produção em larga escala de commodities. Atualmente, o país vive um momento de crise interna no transporte de produtos decorrente da falta de segurança nas estradas e das altas taxas aplicadas às transportadoras. Diante disso, levanta-se o questionamento acerca das alternativas para o escoamento de produtos no Brasil. Platão, filósofo grego, disseminou por meio de sua obra “ O mito da Caverna” o entendimento da prisão provocada pela ignorância. De forma análoga, a economia brasileira vive hoje aprisionada a um sistema de transporte (rodoviário) caro e lento que impede a absorção de maior demanda externa e diminui, por conseguinte, os lucros dos produtores rurais, geração de empregos no campo e circulação de dinheiro no país. Além disso, vale ressaltar o dever do Governo de proteger o transporte no país. Dentro dos estudos de Sociologia, depreende-se o conhecimento do contrato social firmado entre população e Estado, no qual os indivíduos abrem mão de suas “liberdades naturais” em troca de proteção. Nesse sentido, a falta de investimento do governo federal na malha ferroviária brasileira rompe com o compromisso entre as partes. Torna-se evidente, portanto, a necessidade de um compartilhamento de responsabilidades: o Legislativo precisa criar uma cartilha de proteção ao transporte, dispondo de leis que diminuam os atuais encargos impostos às transportadoras, a fim de aumentar o lucro dos produtores rurais. Outrossim, o Ministério do Transporte precisa abrir licitação junto às empreiteiras para a construção de ferrovias no país, para que dessa forma, as transportadoras não fiquem restritas a um único meio de escoamento de produtos. Em síntese, desde que haja diálogo e comprometimento entre todas as esferas públicas do país na busca por alternativas de melhorias no transporte de produtos, o Brasil estará caminhando rumo a futuro mais justo e seguro.